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Professora é demitida por dizer que jovem morto após prisão na Coreia do Norte "teve o que mereceu"

Nesta foto de 16 de março de 2016, o estudante Otto Warmbier (centro) é levado ao tribunal em Pyongyang, na Coreia do Norte - Jon Chol Jin/ AP
Nesta foto de 16 de março de 2016, o estudante Otto Warmbier (centro) é levado ao tribunal em Pyongyang, na Coreia do Norte Imagem: Jon Chol Jin/ AP

Do UOL, em São Paulo

26/06/2017 18h45

Uma professora foi demitida da Universidade de Delaware, nos EUA, após escrever em um post no Facebook que o jovem americano que morreu após ficar preso na Coreia do Norte "teve exatamente o que mereceu". 

Segundo Kathy Dettwyler, o estudante Otto Warmbier agiu de uma maneira típica de "muitos homens jovens, brancos, ricos e sem noção".

Warmier estava para partir da Coreia do Norte quando foi preso no aeroporto sob a alegação de que tinha roubado um pôster de propaganda do hotel. Ele foi condenado a uma pena de 15 anos de trabalhos forçados. 

Otto Warmbier, 22, foi libertado há cerca de dez dias em coma e levado de volta para os EUA, onde morreu dias depois. A causa da morte não é sabida. 

Em seu post no Facebook, Dettwyler, professora de antropologia, escreveu: "Esses são os mesmos meninos que choram por causa das notas porque não pensavam que realmente tinham de ler e estudar o material para tirar uma nota boa". 

"A culpa no fim das contas é de seus pais, por deixarem que ele crescesse pensando que poderia fazer qualquer coisa e se livrar", acrescentou. "Talvez nos EUA, onde homens jovens, brancos, ricos e sem noção rotineiramente se livram da acusação de estuprar mulheres. Mas não na Coreia do Norte. E claro, são os pais de Otto que vão pagar o preço pelo resto da vida."

A universidade anunciou que Dettwyler não mais lecionaria na instituição, dizendo que suas declarações eram "dolorosas e inconsistentes com nossos valores".

"Nós condenamos toda e qualquer mensagem que apoie o ódio e demonstre insensibilidade como um incidente trágico como o que o Otto Warmbier e sua família sofreram", disse ainda a nota.