Em cartum viral, vítimas de massacres dão as boas-vindas ao herói da Flórida
Após o tiroteio no colégio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida, na última quarta-feira (14), a tragédia deixou muitas pessoas tristes. A artista canadense Pia Guerra, de Vancouver, foi uma delas. Impactada pelas notícias, ela decidiu trabalhar em novos desenhos e um deles viralizou no Twitter.
O cartum, chamado de Hero’s Welcome (as boas-vindas do herói, em tradução livre) é uma imagem do técnico de futebol Aaron Feis de costas. Feis era técnico de futebol americano e segurança do colégio alvo do tiroteio. Sobreviventes contaram que o homem, pai de dois filhos pequenos, se jogou na frente das balas para proteger os alunos.
Ele é uma das 17 vítimas fatais do tiroteio conduzido por Nikolas Cruz, um antigo aluno de 19 anos expulso do colégio.
Pia Guerra disse que se lembrou da história enquanto tentava encontrar a melhor forma de expressar o que estava sentindo. Em entrevista ao jornal norte-americano "The Washington Post", disse que “não é sempre que uma imagem surge na sua cabeça e você sente um nó na garganta”.
A multidão no desenho, segundo a artista, representa todas as crianças e adultos mortos em tiroteios em escolas dos Estados Unidos. Ao todo, segundo o Washington Post, 200 pessoas morreram em tiroteios em escolas norte-americanas desde 1960.
A menina que fala com Feis representa um dos alunos mortos no tiroteio do colégio Sandy Hook, em Newtown, que deixou 28 mortos em 2012.
Contudo, muitas pessoas interpretaram a imagem como se o treinador estivesse sendo recebido no paraíso, mas ela, que é ateia, disse que não foi sua intenção.
Desde o dia 15, quando a imagem foi postada no Twitter, ela já foi retuitada mais de 18 mil vezes e recebeu cerca de 44 mil curtidas.
Além da comoção e mensagens de elogio, a cartunista foi criticada por ter desenhado somente pessoas brancas, apesar de muitos negros e latinos terem morrido nos massacres em colégios.
“Isso foi o resultado da pressa e da falta de atenção ao desenhar a multidão, mas também pode ter sido um reflexo do fato de que esses ocorridos parecem sempre acontecer em subúrbios brancos”, lamentou a artista.
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