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"Assassino do laser" é condenado por matar vítima que teria roubado sua agenda

John Ausonius acompanha seu julgamento em tribunal em Frankfurt, Alemanha - Arne Dedert/dpa via AP
John Ausonius acompanha seu julgamento em tribunal em Frankfurt, Alemanha Imagem: Arne Dedert/dpa via AP

Do UOL, em São Paulo

21/02/2018 12h29

"O assassino do laser", um sueco que cumpre pena de prisão perpétua em seu país por uma série de ataques racistas, foi condenado nesta quarta-feira (21) pela segunda vez. Desta vez, o acusado foi julgado em um tribunal alemão pelo assassinato de uma mulher judia há 25 anos em Frankfurt.

O acusado, John Ausonius, tem agora 64 anos e cumpre a condenação na Suécia por ter atirado contra várias pessoas em 1991 e 1992, usando um laser para fazer a mira nas vítimas. Veio daí o apelido de "assassino do laser".

Os ataques, contra pessoas de origem estrangeira, deixaram um morto e vários feridos graves. O autor do massacre de Utoya, o norueguês Anders Breivik, que matou 77 pessoas em 2011, afirmou que Ausonius foi uma de suas fontes de inspiração.

Ausonius cumpria a condenação na Suécia depois de ter sido sentenciado à prisão perpétua em 1995, mas no fim de 2016 foi extraditado para a Alemanha para ser julgado pelo assassinato em fevereiro de 1992 de Blanka Zmigrod, uma judia de 68 anos que havia sobrevivido aos campos de concentração.

Zmigrod morreu ao receber um tiro na cabeça, mas os investigadores não conseguiram esclarecer se o caso teve motivação antissemita.

A motivação do assassinato teria sido o roubo de uma agenda. Ausonius estava convencido que a vítima havia roubado sua agenda eletrônica, que continha os números de suas contas bancárias, e desejava vingança.

Eles se encontraram em um hotel de Frankfurt, onde a vítima trabalhava.

No momento de pegar de volta seu casaco, Ausonius a acusou de ter roubado sua agenda eletrônica. A direção do hotel pediu ao sueco que deixasse o local.

Ausonius, que nega as acusações, teria então ameaçado Blanka Zmigrod.

John Ausonius, cujo nome verdadeiro é Wolfgang Alexander, nasceu na Suécia, filho de um suíço e de uma alemã. Era obcecado em parecer um "verdadeiro sueco": chegou a tingir o cabelo de louro e a usar lentes de contato azuis.

De acordo com a imprensa, Ausonius tinha transtorno de personalidade, um comportamento extremamente violento, especialmente com as mulheres, e assaltou vários bancos.

Interrompeu os estudos cedo e cumpriu o serviço militar, quando sua precisão como atirador chamou a atenção. Depois sobreviveu com pequenos trabalhos informais, antes de fazer fortuna especulando na Bolsa. Mas perdeu todo o dinheiro.

Segundo os investigadores, ele cometeu o assassinato de Frankfurt depois de fugir da Suécia após os ataques racistas. Retornou a Estocolmo no mesmo ano para tentar assaltar outro banco. (Com as agências internacionais)