Macron diz que França, Alemanha e Reino Unido lamentam a saída dos EUA do acordo nuclear com Irã
Minutos depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a saída do acordo nuclear com o Irã, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que "França, Alemanha e Reino Unido lamentam a decisão americana". Macron disse ainda que vai trabalhar em um acordo mais amplo cobrindo a atividade nuclear, o programa balístico e as ações regionais do Irã
"O regime internacional da luta contra a proliferação nuclear está em jogo", escreveu o mandatário francês em sua conta no Twitter. "Trabalharemos coletivamente em uma estrutura mais ampla, abrangendo a atividade nuclear, o período pós-2025, a atividade balística e a estabilidade no Oriente Médio, notadamente na Síria, Iêmen e Iraque", disse Macron no Twitter momentos depois de Trump falar.
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Em uma nota conjunta com Macron, a primeira-ministra britânica, Theresa May, e a chanceler alemã, Angela Merkel, manifestaram preocupações com a decisão de Trump e reiteraram seus compromissos com a continuidade do acordo nuclear. "Pedimos que os EUA garantam que as estruturas do acordo nuclear permaneçam intactas e evitem tomar medidas que obstruam sua plena implementação por todas as outras partes do acordo", diz a nota.
A Rússia, também signatária do acordo, afirmou que está "desapontada como esteve antes, por isso não há surpresas". Perguntada sobre a possibilidade de levar o caso para o Conselho de Segurança da ONU, a representação russa na ONU afirmou que "todas as opções estão sobre a mesa".
António Guterres, secretário-geral da ONU, disse estar "profundamente preocupado" com a decisão dos Estados Unidos de se retirar do acordo nuclear. Ele pediu ainda que as outras partes envolvidas se mantenham comprometidas com o pacto, independentemente da decisão norte-americana.
Federica Mogherini, chefe de política externa da União Europeia, disse que o bloco está determinado a preservar o acordo. "Estou particularmente preocupada com o anúncio de novas sanções desta noite", acrescentou.
O ex-presidente americano Barack Obama, que fechou o acordo com o Irã, fez uma rara crítica aberta ao seu sucessor, descrevendo a decisão de Donald Trump de abandonar o acordo nuclear do Irã como "equivocada" e um "grave erro". "A realidade é clara. O JCPOA (Plano de Ação Conjunto Global) está funcionando", disse Obama em nota, referindo-se ao acordo que seu governo alcançou em 2015.
"Esse é um ponto de vista compartilhado por nossos aliados europeus, por especialistas independentes e pelo atual secretário de Defesa dos Estados Unidos". "Por isso, o anúncio de hoje é tão equivocado", acrescentou. "Eu acho que a decisão de colocar o JCPOA em risco sem nenhuma violação iraniana do acordo é um erro grave".
Apoio ao anúncio de Trump
Entre os governos que aplaudiram o anúncio do presidente americano estão Israel e Arábia Saudita --ambos inimigos declarados do regime iraniano.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que "apoia totalmente" a decisão "corajosa" do presidente americano de "rejeitar o desastroso acordo nuclear" com a República Islâmica, afirmou Netanyahu ao vivo na televisão pública após o anúncio americano. O premiê israelense, cujo país se considera como o alvo designado de um Irã com armas atômicas, é um dos mais fervorosos críticos do acordo de 2015.
"O acordo não fez recuar o risco de guerra, o aproximou. O acordo não limitou a atuação agressiva do Irã, a aumentou incrivelmente" em toda a região, declarou.
A Arábia Saudita adotou tom semelhante ao israelense de apoio às decisões de Trump. "O reino (saudita) reafirma seu apoio e dá boas-vindas à estratégia que foi anunciada pelo presidente dos EUA a respeito do Irã", disse o governo através da agência estatal SPA.
(Com agências internacionais)
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