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Trump anuncia fim de separação de famílias imigrantes; destino de crianças longe dos pais é incerto

Ao lado da secretária de Segurança Nacional Kirstjen Nielsen e do vice Mike Pence, o presidente Donald Trump assinou ordem executiva - Win McNamee/Getty Images/AFP
Ao lado da secretária de Segurança Nacional Kirstjen Nielsen e do vice Mike Pence, o presidente Donald Trump assinou ordem executiva Imagem: Win McNamee/Getty Images/AFP

Do UOL, em São Paulo

20/06/2018 16h31

O presidente do Estados Unidos Donald Trump assinou nesta quarta-feira (20) uma ordem executiva encerrando o procedimento de separar famílias de imigrantes na fronteira dos Estados Unidos. Não está claro, no entanto, o que irá acontecer com as 2.000 crianças que já foram separadas dos pais nas últimas semanas. 

Durante a cerimônia de assinatura na Casa Branca, o presidente disse que a política de "tolerância zero", implementada por sua administração, iria continuar. Ela prevê que todo imigrante que entrar de forma ilegal nos EUA seja processado criminalmente. Como crianças não podem ser presas, elas são levadas para centros improvisados pelo governo.

No texto divulgado do decreto presidencial, o presidente escreveu que é "política de sua administração manter as famílias unidas, mantendo pais e filhos detidos juntos quando for apropriado e possível com os recursos legais e financeiros disponíveis". No texto, o presidente culpa o Congresso por demorar para agir, o que teria forçado sua administração a separar as famílias de imigrantes para seguir a legislação atual. A redação não esclarece, no entanto, como e quando as famílias já separadas serão reunidas. 

"Obrigado a todos. Estamos assinando essa ordem executiva que eu considero ser de extrema importância. Ela garante que as famílias permaneçam unidas, mas ao mesmo tempo garante que nós tenhamos uma fronteira forte e segura", disse o presidente no Salão Oval.

A ordem foi assinada após a administração Trump ser duramente criticada durante a semana por políticos, grupos humanitários, pediatras e religiosos. 

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"Tolerância zero" afetou milhares de crianças, incluindo brasileiros

O Departamento de Justiça do EUA adotou a política de tolerância zero à imigração em maio. Desde então, mais de 2.000 menores acabaram sendo separados de suas famílias.

As crianças ficam sob custódia transitória das autoridades americanas de controle de fronteira antes de serem transferidas para a guarda do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, que opera mais de 100 abrigos para menores em 17 estados.

A ideia inicial era manter os menores o mais perto possível dos pais e reunir a família depois que o caso passar pelos tribunais, segundo Steven Wagner, secretário assistente do Departamento de Saúde e Serviços Humanos. Mas até agora é incerto se isso está funcionando.

A medida também afetou pelo menos oito crianças brasileiras, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. (Com agências internacionais)