Topo

Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU, morre aos 80 anos

Kofi Annan morre aos 80 anos

AFP

Do UOL, em São Paulo

18/08/2018 06h54Atualizada em 18/08/2018 14h19

O ex-secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) e prêmio Nobel da Paz Kofi Annan morreu aos 80 anos na manhã deste sábado (18). As causas da morte ainda são desconhecidas. A família do diplomata publicou uma nota dizendo apenas que ele morreu em paz "após uma breve doença".

Diplomata nascido em Gana, Annan foi o primeiro negro a comandar a ONU. Ele morreu na cidade suíça de Genebra, onde viveu por vários anos.

Leia também:

"Com imensa tristeza a família Annan e a Fundação Kofi Annan anunciam que Kofi Annan, ex-secretário-geral das Nações Unidas e prêmio Nobel da Paz, morreu em paz no sábado 18 de agosto depois de uma breve doença. Sua mulher Nane e seus filhos Ama, Kojo e Nina estavam ao seu lado nos últimos dias", informou um comunicado publicado nas redes sócias de Annan e da fundação que leva seu nome.

No texto, a família pediu "privacidade neste momento de luto".

Em sua conta no Twitter, o atual secretário-geral da ONU, o português António Guterres, disse que "Annan foi uma força orientadora para o bem". "Nestes tempos turbulentos e difíceis, seu legado como um defensor global da paz continuará sendo uma verdadeira inspiração para todos nós".

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência da ONU, também divulgou a notícia e lamentou "a perda de um grande homem, um líder e um visionário". "Uma vida bem vivida, uma vida que merece ser celebrada", acrescentou a instituição em sua conta do Twitter.

Annan se manteve em atividade até os seus últimos dias, liderando a delegação da ONG The Elders (Os anciãos, em português), fundada pelo líder sul-africano Nelson Mandela (1918-2013), e da qual faz parte o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Quem foi Kofi Annan?

Annan entrou na ONU em 1962 e foi ascendendo nas fileiras da organização até chegar à Secretaria-Geral em 1997, função que desempenhou até 2006.

O mandato de Annan como secretário-geral da ONU coincidiu com a Guerra do Iraque e a pandemia do HIV/Aids. Nesse contexto, ele e as Nações Unidas receberam o Prêmio Nobel da Paz de 2001 pela criação do Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária para ajudar países em desenvolvimento. 

Após esse período, ele serviu como enviado especial da ONU para a Síria por volta de 2012, liderando os esforços para encontrar uma solução pacífica para o conflito.

No comunicado sobre sua morte, a Fundação Kofi Annan descreveu-o como um "estadista global e internacionalista profundamente comprometido, que lutou ao longo de sua vida por um mundo mais justo e mais pacífico".

"Onde quer que houvesse sofrimento ou necessidade, ele estendeu a mão e tocou muitas pessoas com sua profunda compaixão e empatia. Ele desinteressadamente colocou os outros em primeiro lugar, irradiando bondade genuína, calor e brilho em tudo o que ele fez", diz a nota