Pacotes-bomba são enviados para Joe Biden e Robert De Niro; casos nos EUA chegam a 10
O ex-vice-presidente dos EUA, Joe Biden, foi alvo de dois pacotes-bomba interceptados pela polícia nesta quinta-feira (25). Os pacotes suspeitos de conter explosivos foram localizados em um posto dos correios em Delaware. Com esses casos, chega a 10 o número de ameaças de bomba feitas contra políticos e apoiadores do Partido Democrata.
Nesta manhã, a polícia de Nova York também foi acionada para investigar uma suspeita de bomba em um restaurante que pertence ao ator Robert De Niro. Um funcionário da Tribeca Productions, empresa de filmes e televisão cofundada por De Niro, suspeitou de um pacote recebido e alertou a polícia, que enviou o esquadrão antibombas ao local e recolheu o objeto suspeito para análise. O restaurante, chamado Tribeca Grill, foi evacuado.
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Os pacotes suspeitos de conter um artefato explosivo são semelhantes a outros enviados para o ex-presidente Barack Obama, para a emissora CNN, para o casal Bill e Hillary Clinton, para o bilionário George Soros, para a deputada democrata Maxine Waters, entre outros alvos.
O envio dos pacotes com explosivos, condenado por líderes democratas e republicanos, incluindo Trump, ocorre enquanto o país se prepara para as eleições legislativas, agendadas para 6 de novembro, que vão determinar se os republicanos mantêm o controle no Congresso.
De acordo com o FBI (polícia federal norte-americana), é possível que mais pacotes suspeitos com explosivos tenham sido enviados para personalidades liberais ou ligadas ao Partido Democrata - padrão encontrado em todas as vítimas da ameaça.
"Talvez outros pacotes foram enviados pelos serviços postais para outras localidades. Nós recomendamos não tocar, mover ou manusear nenhum pacote suspeito ou desconhecido", orientou o FBI. A entidade tem tratado o caso como "terrorismo doméstico". Não há registros de explosões, nem de feridos.
Trump responsabiliza a mídia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsabilizou nesta quinta-feira redes de comunicação por provocarem raiva e retórica de ódio contra políticos. "Uma parte muito grande da raiva que vemos hoje na nossa sociedade é causada pelas reportagens propositalmente falsas e incorretas da mídia tradicional, às quais eu me refiro como 'fake news'", escreveu Trump em publicação no Twitter.
"Ficou tão ruim e odioso que não há descrição. A mídia tradicional precisa limpar seu comportamento, rápido".
A very big part of the Anger we see today in our society is caused by the purposely false and inaccurate reporting of the Mainstream Media that I refer to as Fake News. It has gotten so bad and hateful that it is beyond description. Mainstream Media must clean up its act, FAST!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 25, 2018
Em pronunciamento nesta quarta, após os primeiros pacotes serem encontrados, Trump pediu unidade aos dois lados da política americana. No mesmo dia, em um evento de campanha em Wisconsin, ele elogiou a si mesmo, dizendo que estava se comportando muito bem após o ocorrido.
Alvos são democratas e críticos de Trump
Todos os destinatários dos pacotes suspeitos são políticos democratas ou personalidades mal vistas por críticos de direita nos EUA, como a ex-candidata à presidência Hillary Clinton e o ex-procurador-geral de Obama Erick Holder.
O ex-diretor da CIA John Brennan, o doador do Partido Democrata George Soros e a deputada da Califórnia Maxine Walters costumam fazer críticas explícitas a Trump.
Durante a campanha eleitoral de 2016, De Niro afirmou que o então candidato republicano era "descaradamente estúpido", "completamente louco" e "idiota". Em junho, o ator de 75 anos foi aplaudido de pé durante a cerimônia de Tony Awards ao criticar o presidente.
Para onde foram os pacotes
Segunda-feira (22):
1. George Soros, doador de campanha dos democratas, no estado de Nova York.
Terça-feira (23):
2. Casa de Bill Clinton (ex-presidente dos EUA, democrata) e Hillary Clinton (adversária de Trump nas eleições de 2016), no estado de Nova York.
Quarta-feira (24):
3. Escritório do ex-presidente Barack Obama (democrata) em Washington DC.
4. John Brennan, ex-diretor da CIA e crítico de Trump. O pacote foi enviado à CNN - ele é colaborador da TV. Autoridades em NY confirmaram que o explosivo encontrado na CNN estava ativo - ou seja, com potencial explosivo. O pacote continha ainda um pó branco que será investigado.
5. Eric Holder, procurador-Geral da era Obama, era o destinatário de um envelope com explosivos postado com endereço errado. No endereço de "devolução em caso de impossibilidade de entrega", estava o endereço do escritório da deputada democrata Debbie Wasserman Schultz - onde o pacote foi interceptado.
6. Maxine Waters, deputada democrata, receberia um pacote que foi identificado no centro de triagem da correspondência do Congresso, em Capitol Heights, Maryland.
7. Um segundo pacote suspeito enviado para Maxine Waters foi interceptado em Los Angeles.
Quinta-feira (25):
8. Robert De Niro, crítico ferrenho de Donald Trump, era o destinatário de pacote enviado para o restaurante Tribeca Grill, em Nova York
9. e 10. Joe Biden, ex-vice-presidente dos EUA, era o destinatário de dois pacotes interceptados pela polícia em Delaware.
Os pacotes não chegaram às mãos de nenhum dos destinatários, uma vez que foram interceptados pelos serviços de inteligência ou encontrados antes de serem entregues.
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