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Democratas tiram republicanos do comando de 7 governos de estado

Democrata Laura Kelly, que tomou dos republicanos o comando do governo do Kansas, estado que tradicionalmente vota no partido de Donald Trump - Thad Allton /The Topeka Capital-Journal via AP
Democrata Laura Kelly, que tomou dos republicanos o comando do governo do Kansas, estado que tradicionalmente vota no partido de Donald Trump Imagem: Thad Allton /The Topeka Capital-Journal via AP

Marcelo Freire

Do UOL, em São Paulo*

07/11/2018 09h42Atualizada em 07/11/2018 11h37

Os democratas foram eleitos, na terça-feira (6), em pelo menos sete estados que eram governados pelos republicanos: Novo México, Illinois, Kansas, Nevada, Maine, Michigan e Wisconsin. O Partido Republicano, por sua vez, não venceu em nenhum estado governado por um democrata.

A disputa em Michigan e Wisconsin eram fundamentais para os republicanos pois são dois estados vencidos por Donald Trump de forma surpreendente nas eleições presidenciais de 2016. Agora, eles estão nas mãos dos democratas, que buscam votos para impedir a reeleição de Trump daqui a dois anos.

O democrata Tony Evers venceu apertado o atual governador de Wisconsin, Scott Walker, que tentava se eleger para um terceiro mandato. Em Michigan a vitória foi da ex-senadora estadual Gretchen Wimmer, batendo o republicano Bill Schuette. 

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No Kansas, tradicionalmente republicano, a democrata Laura Kelly derrotou Kris Kobach, aliado de Trump nas políticas linha-dura contra imigrantes e que tinha vencido as primárias republicanas contra o atual governador, Jeff Colyer.

Outra vitória feminina foi de Janet Mills, que derrotou o republicano Shawn Moody e se tornou a primeira governadora mulher da história do Maine.

No Novo México, ganhou a deputada Michelle Luján Grisham, enquanto Steve Sisolak venceu em Nevada.

Illinois será governado por J.B. Pritzker, herdeiro da rede hoteleira Hyatt. Ele será o político mais rico do dos EUA, com uma fortuna estimada em US$ 3,2 bilhões, acima do presidente Donald Trump, cujos bens somam US$ 3,1 bilhões, segundo a revista Forbes.

Além disso, os democratas mantiveram os governos de Nova York, Pensilvânia, Minnesota e Rhode Island; enquanto os republicanos seguraram o comando de Ohio, Texas, Oklahoma, Wyoming, Arkansas, Tennessee, Alabama, Carolina do Sul, Maryland, Massachusetts e Nebrasca.

No Colorado, o progressista Jared Polis se transformou no primeiro candidato abertamente homossexual a comandar um estado na história dos EUA com seu triunfo contra o republicano Walker Stapleton. Deputado federal desde 2009, Polis falou com orgulho de sua orientação sexual durante a campanha eleitoral e chegou a dizer que a sua vitória permitiria "colocar um dedo no olho" do conservador vice-presidente americano, Mike Pence, "que tem uma ideia muito pouca inclusiva dos EUA".

Embora seja o primeiro candidato abertamente gay eleito governador, ele não é o primeiro no cargo a fazer a revelação pública. O democrata Jim McGreevey declarou ser homossexual em 2004, quando governava Nova Jersey, enquanto a atual governadora do Oregon, a progressista Kate Brown, é abertamente bissexual.

Por outro lado, em Vermont, a candidata democrata Christine  Hallquist não realizou seu sonho de ser a primeira governadora transexual dos Estados Unidos, ao ser derrotada pelo republicano Phil Scott.

A única esperança de virada republicana nos governos de estado é no Alasca, comandado pelo independente Bill Walker. O atual governador apoia o democrata Mark Begich, que está atrás na apuração contra o republicano Mike Dunleavy, em uma disputa ainda indefinida.

Mas os republicanos e Trump conquistaram uma vitória fundamental na Flórida, um dos estados que costumam definir a vitória na disputa pela Casa Branca. Ron DeSantis ganhou um duelo apertado contra Andrew Gillum, que poderia ter sido o primeiro governador negro do estado e é considerado uma potencial estrela democrata.

No Senado, quem avança são os republicanos

Apesar da vantagem dos democratas nas disputas pelos governos, o mesmo não aconteceu no Senado, onde os republicanos ganharam três cadeiras que estavam nas mãos dos adversários: Dakota do Norte, Indiana e Missouri, que registraram vitória de Donald Trump em 2016 e são locais de tradicional apoio ao partido do presidente, mais conservador.

As vitórias republicanas podem expandir a já garantida maioria de Trump no Senado, depois de os democratas tomarem o controle da Câmara - a apuração ainda está acontecendo em vários estados.

Os democratas, por sua vez, conseguiram ganhar uma cadeira de um senador republicano: no Nevada, onde Hillary Clinton venceu Trump dois anos atrás.