Parceria Brasil-China está acima de ideologias, diz embaixador chinês
O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, disse nesta sexta-feira (30) que as relações comerciais entre Brasil e China não dependem de viés ideológico e afirmou que a expectativa é de melhora nas trocas entre os países.
“Nossa relação está acima da ideologia. Em 1974, quando estabelecemos as relações diplomáticas [com o Brasil], era governo militar. Qualquer país tem interesse de percorrer seu próprio caminho. Temos que respeitar, essa é a decisão soberana de cada país”, afirmou.
Para Li, o gigante asiático espera que o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, melhore o ambiente de negócios e fortaleça a competitividade econômica brasileira. "Sou muito otimista em termos de desenvolvimento", disse ele.
Jinzhang participou da Conferência "Brasil-China: Propostas para o Futuro", organizada pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), na capital paulista.
O novo governo está elaborando planos ambiciosos, com as reformas econômicas
No início do mês, o embaixador, que atua no Brasil há sete anos e trabalhou na construção da parceria comercial entre os dois países, teve um encontro com Bolsonaro.
Jinzhang contou que ouviu do futuro presidente que a China é grande parceiro do Brasil e tem alta importância.
"Entre os dois países não existe guerra histórica. Não há disputa ideológica ou geopolítica, e sim uma convivência respeitosa e harmoniosa", disse ele.
O chinês destacou que as relações diplomáticas entre Brasil e China são antigas e que o novo governo não deverá alterá-las. “A minha impressão é positiva. Os nossos laços de cooperação de 44 anos têm se provado eficientes para os dois países. Para que mudar isso? Não há razão. Vamos fortalecê-los”, afirmou.
O embaixador também fez comentários sobre falas de Bolsonaro durante a campanha eleitoral críticas à China, quando o presidente eleito disse que os chineses não deveriam ter permissão de possuir terras brasileiras ou controlar indústrias que são essenciais ao país. "Não tem que ficar prestando atenção numa uma frase, falada num contexto especial, e sim qual o eixo fundamental", afirmou Li.
O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Roberto Jaguaribe, destacou que a China é a maior parceira comercial do Brasil desde 2009. "E esses números vêm crescendo ano a ano. [Atualmente] 27% das nossas exportações totais para são para a China. Antes da abertura, era de 14%", destacou. O presidente do Cebri, José Pio Borges, disse que as principais demandas de importação pela China são energia, alimentos e minérios, áreas em que o Brasil está capacitado.
"A China é o maior parceiro comercial e investidor no Brasil. Este ano, houve aumento em 20% nas exportações de soja para a China. A China é o maior comprador de minério de ferro da Vale", citou.
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