Governo Bolsonaro deixará o pacto de migração, diz futuro chanceler
O Brasil deixará o Pacto Global para Migração a partir de 2019, anunciou nesta segunda (10) no Twitter o futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Diversas nações estão reunidas nesta segunda e terça (11) em Marrakech, Marrocos, com o objetivo de selar o documento.
Araújo diz que a "imigração é bem-vinda, mas não deve ser indiscriminada". "Tem de haver critérios para garantir a segurança tanto dos migrantes quanto dos cidadãos no país de destino", escreve o chanceler indicado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
Para ele, o pacto é um "instrumento inadequado para lidar com o problema", que não deve ser tratado como uma questão global, mas sim, "de acordo com a realidade e soberania de cada país".
O Brasil lida hoje com um grande fluxo de imigrantes venezuelanos que chega pela fronteira entre os dois países em Roraima, fugindo da crise político-econômica da Venezuela. Segundo Araújo, o Brasil seguirá acolhendo esses imigrantes e irá trabalhar "pela restauração da democracia na Venezuela".
Promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), o encontro em Marrakech pretende selar o chamado Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular, aprovado em julho pelos 192 Estados-membros da Assembleia Geral --com exceção dos Estados Unidos.
O documento prevê, entre outros pontos, que imigrantes irregulares não podem ser deportados imediatamente de um país. Também garante o direito à justiça, saúde e educação a essas pessoas.
Antes de o futuro chanceler se manifestar nas redes sociais, o Chile também dispensou o acordo, alegando "ameaça à soberania nacional". Após a conferência de Marrocos, o documento deverá ser novamente posto em votação na Assembleia Geral.
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