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Marido da vítima, e não mendigo, era o culpado em crime que comoveu Oprah

Jacqueline Smith e seu marido, Keith Smith - Reprodução
Jacqueline Smith e seu marido, Keith Smith Imagem: Reprodução

Beatriz Montesanti

Do UOL, em São Paulo

04/03/2019 11h12

Um crime que deixou a população de Baltimore aflita quanto à violência da cidade, chamando atenção inclusive da apresentadora Oprah Winfrey, teve um desfecho inesperado neste final de semana. 

Segundo a imprensa local, a polícia descobriu que os verdadeiros responsáveis pela morte de Jacquelyn Smith, 54, foram seu marido e sua enteada, e não um morador de rua, como se acreditava até então. 

Jacquelyn foi esfaqueada no dia 1º de dezembro de 2018, após ajudar uma pedinte no farol. Na época, seu marido, Keith Smith, 52, e sua enteada, Valeria Smith, 28, acusaram um morador de rua pelo crime. De acordo com a versão contada, o homem teria se aproximado do carro após Jacquelyn abaixar o vidro para dar dinheiro à mulher. 

A história passou a circular na imprensa norte-americana como o "assassinato da boa samaritana" e alertou a população de Baltimore para a violência urbana. A apresentadora de televisão Oprah Winfrey, que viveu alguns anos na cidade na década de 1970, manifestou sua preocupação nas redes sociais. "Essa história partiu meu coração", escreveu ela. "Eu já fiz isso [dar dinheiro no farol] milhares de vezes. Mas agora vou pensar melhor antes de fazer de novo."

A prefeita da cidade também pediu, na ocasião, para que a população ficasse mais atenta. Ela lembrou que a proximidade com o Natal deixa as pessoas mais "propensas a ajudar", mas que era necessário "exercitar julgamento extra e precaução".

O cuidado, no entanto, não era tão válido: Jacquelyn não foi vítima da violência urbana, mas sim de sua própria família. Keith e Valeria foram detidos no domingo (3) pela polícia do Texas, quando tentavam atravessar a fronteira dos Estados Unidos com o México. Eles estão mantidos em custódia e vão responder por homicídio. 

Ao jornal "Baltimore Sun", a procuradora Marilyn Mosby disse que os dois "exploraram a cidade e sua violência". "Por vezes nós temos esse retrato negativo de nossa cidade, e é muito triste quando as pessoas se aproveitam dessas percepções negativas." 

A prefeita Catherine Pugh também voltou a se manifestar sobre o crime. "Eles são responsáveis por tirar a vida de Jacquelyn de forma cruel e fizeram isso sob o disfarce da violência aleatória, explorando os medos legítimos da nossa população", escreveu em um comunicado oficial.