"Não havia nem tempo para mirar, havia tantos alvos", diz atirador
No vídeo em que transmitiu o ataque terrorista que fez contra uma mesquita na Nova Zelândia, o australiano Brenton Tarrant, apontado pelas autoridades como o autor do vídeo, fez comentários sobre a ação. "Não havia nem tempo para mirar, havia tantos alvos. Havia tantas pessoas, o estacionamento estava cheio", disse.
Ataques a duas mesquitas deixaram ao menos 49 mortos em Christchurch. A ação registrada por Tarrant foi contra a mesquita Al Noor, onde há o registro de pelo menos 41 vítimas. Sete morreram em uma mesquita de Linwood e outro morreu em um hospital, quando estava sendo atendido.
Antes de cometer o atentado, Tarrant, em um "manifesto" intitulado "A Grande Substituição", definiu-se como "fascista" e elogiou o presidente dos EUA, Donald Trump, e a China.
No documento de 74 páginas publicado na internet, Tarrant contou que seu objetivo era "criar uma atmosfera de medo" e "incitar a violência" contra imigrantes, valendo-se da cobertura da imprensa sobre o atentado para propagar suas ideias.
Ele também evocou um documento escrito por Anders Behring Breivik, terrorista norueguês de extrema direita que matou 77 pessoas em 2011.
Tarrant disse que teve um "breve contato" com Breivik e confessou que foi sua "única inspiração verdadeira".
Eu escolho as armas pelo efeito que elas terão no discurso social, a cobertura midiática adicional que elas terão e o efeito que podem ter na política dos EUA e na situação política do mundo
Brenton Tarrant, apontado como um dos autores do atentado
A polícia australiana considera Tarrant um "terrorista de extrema direita". "Sou apenas um homem branco comum, de uma família normal, que decidiu adotar uma postura para assegurar o futuro do seu povo", escreveu o terrorista.
Além dele, outras duas pessoas foram presas suspeitas de relação com os ataques. Uma quarta pessoa chegou a ser detida, mas a polícia alegou que ela não tinha relação com os eventos e a liberou.
Vingança
Tarrant também disse que queria vingar a menina sueca, morta em 2017 em um ataque jihadista. Ebba Akerlund, uma sueca de 11 anos, morreu atropelada por um caminhão em uma rua comercial de Estocolmo por Rakhmat Akilov, um imigrante do Uzbequistão.
Seu túmulo, em um cemitério na capital sueca, é regularmente profanado por um homem de nacionalidade estrangeira que aguarda julgamento.
O autor do atentado de Estocolmo foi condenado à prisão perpétua em junho de 2018. Antes do ataque, que resultou em cinco mortos, ele prometeu fidelidade ao grupo Estado Islâmico.
A mãe da menina condenou o ataque. "Vai contra tudo o que Ebba defendia", declarou Jeannette Åkerlund, à TV pública SVT. "Ela espalhava atenção e amor a seu redor, não o ódio. Estou sofrendo com as famílias afetadas e condeno todas as formas de violência".
(Com Ansa e AFP)
*Colaborou Thâmara Kaoru, do UOL, em São Paulo
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