Quem esquece passado está condenado a não ter futuro, escreve Bolsonaro
Hoje, dia que marca os 55 anos do golpe militar de 1964 no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) escreveu, durante visita a Israel, que "quem esquece seu passado está condenado a não ter futuro".
A frase, veiculada pelas redes sociais do Planalto, é divulgada dias depois de Bolsonaro recomendar que se fizessem as "comemorações devidas" com relação a 31 de março de 1964, data que deu início a um período ditatorial que durou até 1985. A orientação levou uma juíza do Distrito Federal a proibir os eventos alusivos ao golpe na última sexta-feira (29), mas a Justiça Federal cassou a liminar ontem.
Também criticada pelo MPF (Ministério Público Federal) e pela Anadef (Associação Nacional dos Defensores Públicos), a recomendação fez com que familiares e vítimas da ditadura pedissem ao STF (Supremo Tribunal Federal) que proibissem as comemorações. O pedido, no entanto, foi negado pelo ministro Gilmar Mendes.
Como já dito várias vezes em pronunciamentos e entrevistas, "o presidente não considera 31 de março de 1964 golpe militar" e os 21 anos de ditadura serviram para "recolocar o nosso país no rumo", como afirmou o porta-voz do Palácio do Planalto, o general Otávio Rêgo Barros, na última segunda-feira (25).
Em 29 de outubro, quando ainda era candidato à Presidência, Bolsonaro negou durante entrevista à TV Bandeirantes que o Brasil tenha passado por um regime ditatorial. "Eu mostrei, e hoje em dia grande parte da população entende, que o período militar não foi ditadura, como a esquerda sempre pregou", disse.
Ainda antes de entrar na corrida ao Palácio do Planalto, Bolsonaro já demonstrava admiração pelo período da ditadura.
Em abril de 2016, durante votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o então deputado homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi de São Paulo, órgão de repressão política do governo militar.
"Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff", disse, na ocasião, ao votar a favor da cassação do mandato. Dilma foi presa em 1970 e torturada por agentes da ditadura enquanto pertencia à luta armada formada pela esquerda brasileira.
Ustra é acusado de ter comandado torturas a presos políticos, assim como a ex-presidente. É dele o livro de cabeceira de Jair Bolsonaro, de acordo com entrevista dada ao programa Roda Viva, da TV Cultura, durante o período eleitoral.
"A Verdade Sufocada" conta o que ocorreu no período da ditadura sob o ponto de vista dos militares, dizendo "a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça".
Também enquanto deputado, em 2015, Bolsonaro celebrou a data do golpe ao lado dos filhos Flávio e Eduardo, em frente à Esplanada dos Ministérios. Com um rojão na mão, ele posou para fotos junto a uma faixa com os dizeres "Parabéns, militares. Graças a vocês, o Brasil não é Cuba".
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