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Soldado mata 20 pessoas a tiros na Tailândia

8.fev.2020 - Arma que teria sido utilizada em ataque feito por soldado na Tailândia - Xinhua
8.fev.2020 - Arma que teria sido utilizada em ataque feito por soldado na Tailândia Imagem: Xinhua

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo*

08/02/2020 10h08Atualizada em 09/02/2020 07h56

Um soldado tailandês matou hoje ao menos 20 pessoas a tiros na cidade de Nakhon Ratchasima, no nordeste do país, a cerca de 250 quilômetros da capital, Bancoc. Os tiros ocorreram em um quartel e em um shopping center. O atirador ainda não foi capturado.

A tragédia começou por volta das 18h no horário local (8h no horário de Brasília), quando o soldado atacou seu comandante antes de roubar uma arma e munição de um campo militar e dirigir um veículo militar em direção ao shopping.

Várias rajadas de tiros foram ouvidas por quem está de fora do prédio, onde o atirador se escondeu, sem que se saiba o número de pessoas impossibilitadas de sair do local.

As forças de segurança pediram aos clientes que "levantem suas mãos" e se identifiquem. A polícia teme, aparentemente, que o agressor, que falou sobre o ataque em várias publicações do Facebook, pudesse tentar se esconder entre os clientes evacuados.

O ministro da Saúde Pública, Anutin Charnvirakul, confirmou que 16 pessoas morreram no local do tiroteio e outras quatro morreram mais tarde, no hospital. Segundo ele, um total de 31 pessoas foram feridas, sendo dez em estado crítico.

"O homem usou uma metralhadora e disparou contra vítimas inocentes, o que deixou muitos mortos e feridos", disse um porta-voz da polícia à AFP.

Vídeos publicados nas redes sociais parecem mostrar o suspeito saindo de um veículo em frente ao shopping por volta das 18h no horário local. As imagens mostram ainda cenas de pânico e pessoas fugindo apavoradas do local —é possível ouvir o barulho dos disparos. Outras imagens mostraram ainda um incêndio do lado de fora do prédio.

De acordo com a BBC, a mãe do suspeito foi levada ao shopping para tentar convencê-lo a se entregar. Segundo o Bangkok Post, o suspeito estaria mantendo 16 pessoas reféns no local, mas não há confirmação oficial sobre esta situação.

Nas redes sociais, a polícia tailandesa publicou um aviso para orientar quem estiver dentro do shopping a se esconder em um lugar seguro e deixar o telefone celular no modo silencioso. A imprensa local diz que "centenas" de pessoas que estavam presas no local já foram resgatadas pela polícia.

O suspeito postou em suas contas de mídia social durante o ataque. Segundo a BBC, ele perguntou no Facebook se deveria se render. Antes, ele havia postado uma imagem de uma pistola com três conjuntos de balas, juntamente com as palavras: "Está na hora de ficar animado".

A conta do soldado na rede social já foi desativada. O Facebook enviou suas condolências às vítimas e suas famílias, dizendo que não há lugar na rede social para quem comete ou apoia tais atrocidades.

"Removemos as contas do atirador de nossos serviços e trabalharemos o tempo todo para remover qualquer conteúdo violador relacionado a esse ataque assim que tomarmos conhecimento", afirmou.

A Tailândia é um dos países com maior percentual de pessoas com posse de armas do mundo, mas esse tipo de incidente, cometido por militares contra civis, é muito raro.

No final do ano passado, houve vários tiroteios em tribunais, reforçando a atualidade do debate sobre o grande número de armas de fogo que circulam nesse país do Sudeste Asiático.

Outro caso gerou grande comoção na Tailândia, no mês passado, quando um homem mascarado assaltou uma joalheira e matou três pessoas. Entre elas estava um garoto de dois anos.

*Com agências internacionais