Confusão nas prévias e impeachment deixam eleições nos EUA de ponta-cabeça
Resumo da notícia
- Problemas nas prévias democratas no Iowa atrasaram divulgação de resultados
- Trump tem aprovação de 49% dos americanos, segundo pesquisa
- Senado inocentou presidente em processo de impeachment
A semana não está sendo das mais animadoras para o Partido Democrata nos Estados Unidos.
Os oposicionistas começaram a eleger seu candidato à presidência, que deverá enfrentar Donald Trump, na segunda (3), mas problemas na apuração fizeram com que o processo de arrastasse por dia, adiando a divulgação dos resultados e da vitória de Pete Buttigieg.
Nesse ínterim, acompanhavam o processo de impeachment no Senado, que absolveu o atual presidente na quarta (5) das acusações de obstrução do Congresso e abuso de poder.
As expectativas eram altas, mas deu tudo errado. Em poucos dias, os democratas viram:
- seu processo eleitoral virar piada;
- Trump afastar o perigo de impeachment;
- e, para completar, o presidente aparecer mais popular do que nunca.
A confusão nas prévias democratas
Iowa foi o primeiro estado norte-americano a realizar as prévias do Partido Democrata para escolher o candidato nas eleições gerais de novembro. Era esperado que, neste ponto, já houvesse um resultado de que candidato ganhou e levou mais delegados, mas as coisas não ocorreram como o esperado.
Diferente do sistema brasileiro, cuja urna eletrônica é o modelo padrão, nos Estados Unidos fica a cargo dos estados a decisão sobre como farão seu processo eleitoral.
Assim, os democratas do Iowa optaram por um novo aplicativo que deveria compilar de forma eficiente os mais de 1.600 pontos de votação. Não funcionou.
Desde a semana passada, parte da delegação em diferentes distritos já reclamava sobre a funcionalidade da ferramenta. Tanto que algumas cidades decidiram abandonar o app e passar os resultados à central pelo telefone, como sempre foi feito.
Na segunda à noite, no entanto, os delegados não conseguiram conversar entre si e nenhuma liderança parecia saber exatamente como fazer a contagem.
O partido declarou, então, "falha geral no sistema" e decidiu conferir voto a voto analogicamente.
A ineficiência da nova tecnologia não só atrasou o processo como colocou em xeque sua confiabilidade. A crise foi instalada até entre os próprios pré-candidatos.
"Qualquer campanha que diga que ganhou ou divulgue números incompletos está contribuindo para o caos e a desinformação", declarou Joe Rospars, estrategista-chefe da senadora Elizabeth Warren.
"Havia vários cenários possíveis para o ganhador, visto o impacto que ganhar em Iowa geralmente tem. Nenhum desses cenários antecipava a lambança que foi esse cáucus", afirma Carlos Gustavo Poggio, professor de Relações Internacionais da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado). "Pegou muito mal para o Partido Democrata."
Em clima de campanha, até Trump aproveitou para debochar dos adversários. "O cáucus democrata é um desastre absoluto. Nada funciona, como quando eles comandaram o país", tuitou o presidente na segunda.
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