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Coronavírus: Equador tem dificuldade para recolher corpos em casas e ruas

Corpos ficam espalhados nas ruas de Guaiaquil durante a pandemia do novo coronavírus - Jimmy Negrete/EFE
Corpos ficam espalhados nas ruas de Guaiaquil durante a pandemia do novo coronavírus Imagem: Jimmy Negrete/EFE

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/04/2020 19h37

O Equador tem enfrentado problemas com o serviço funerário por causa da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, especialmente com o recolhimento de corpos das pessoas que morreram em casa ou nas ruas. Apenas na cidade de Guaiaquil, a Polícia Nacional informou que foram mais de 300 cadáveres recolhidos entre os dias 23 e 30 de março, segundo dados publicados pelo jornal El Comercio.

No primeiro dia do levantamento, foram dois corpos. No último, o número já chegava a 55 em um prazo de 24 horas. Mas o dado mais alarmante divulgado pelas autoridades era o de corpos que ainda estavam dentro dos domicílios da cidade à espera do transporte: 111.

Nem todos são confirmados como mortes causadas pela covid-19. O Equador registrou, até hoje (1º), um total de 2.758 casos oficiais da covid-19, sendo mais de 90 mortes em todo o país. Esse aumento de falecimentos tem deixado o serviço funerário em colapso.

Além disso, a polícia local ainda tenta alertar a população sobre notícias falsas que circularam pela internet, como a de que corpos estariam sendo queimados nas ruas.

As autoridades querem usar os problemas enfrentados em Guaiaquil como aprendizado para evitar que esse cenário se repita na capital do país. "Aqui em Quito nós talvez tenhamos um pouco mais de capacidade para identificar onde estão os corpos para levantar essas informações e enviar as equipes", disse o comandante da polícia, Patrício Carrillo ao jornal.

Nos hospitais, familiares de vítimas encaram outra dificuldade: esperar a liberação dos corpos de seus parentes que morreram na semana passada. Segundo o El Comercio, ontem (31) eram cerca de 25 pessoas no Hospital del Guasmo, na parte sul de Guaiaquil, repetindo frases como "só queremos os corpos". Um homem que reclamava o cadáver do filho disse que estava esperando há seis dias. Uma mulher gritava que "já passaram sete dias e não me entregam o corpo da minha mãe".

Eles recebiam apenas a informação de que o trâmite de liberação dos corpos estava mais lento por causa da situação de emergência sanitária vivida pelo país. Os casos de demora já acontecem desde o dia 23 de março.