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Bolsonaro arrisca vidas "minimizando coronavírus", diz Washington Post

O presidente Jair Bolsonaro esfrega o nariz pouco antes de cumprimentar apoiadores na última sexta (10) - Reprodução/TV Globo
O presidente Jair Bolsonaro esfrega o nariz pouco antes de cumprimentar apoiadores na última sexta (10) Imagem: Reprodução/TV Globo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/04/2020 18h36

O jornal americano The Washington Post criticou fortemente o presidente brasileiro Jair Bolsonaro por "minimizar" a pandemia do novo coronavírus. Em editorial publicado hoje (14), o veículo citou líderes mundiais que colocam vidas em risco pela forma como agem durante a crise da covid-19 e disse que Bolsonaro é "o pior" deles.

Usando como exemplos positivos governantes de países como Nova Zelândia, Taiwan, Coreia do Sul e Alemanha, "que tiveram sucesso ao reduzir infecções e mortes por meio de testes, rastreamento e lockdows", o jornal disse que o mundo também tem um "fundo do barril" composto pelos líderes de Belarus, Turcomenistão, Nicarágua e Brasil.

"Belarus e Nicarágua ainda estão realizando competições de esportes profissionais. O homem forte de Belarus, Alexander Lukashenko, aconselhou a população a evitar a covid-19 tomando frequentes banhos de sauna e doses de vodca. O caso do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, é ainda mais estranho: ele não foi visto ou ouvido em público durante um mês", disse o jornal.

Mesmo com esses exemplos, o Washington Post ainda afirmou que "de longe, o caso mais grave de má conduta é do presidente brasileiro Jair Bolsonaro". O jornal lembrou que "quando as infecções começaram a se espalhar em um país de mais de 200 milhões de pessoas, o populista de direita minimizou o vírus como uma gripezinha e chamou os brasileiros a enfrentar os vírus como homens, e não meninos".

O editorial ainda classifica como atitude pior de Bolsonaro "tentativas repetidas de minar as medidas tomadas pelos 27 governadores do país para tentar conter o surto" do coronavírus. "O resultado previsível tem sido um índice crescente de doentes e mortos", disse o jornal, citando os mais de 1,2 mil casos fatais confirmados pelo governo até domingo (hoje já são 1.532).

O Washington Post disse também que, embora os Estados Unidos não tenham sido um líder mundial em controlar o vírus, o desempenho do país foi melhor desde que o presidente Donald Trump mudou sua retórica que antes minimizava os riscos da covid-19 e passou a apoiar as medidas de contenção recomendadas pelos profissionais de saúde.

"Ele (Trump) poderia fazer um grande favor ao Brasil telefonando para o senhor Bolsonaro, que tem sido um aliado político, e convocando-o a fazer o mesmo", completou o editorial.