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EUA 'empilharam' corpos após cidade relaxar medidas contra pandemia de 1918

Corpo é carregado durante epidemia de gripe espanhola nos Estados Unidos em 1918 - Underwood Archives/Getty Images
Corpo é carregado durante epidemia de gripe espanhola nos Estados Unidos em 1918 Imagem: Underwood Archives/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

22/04/2020 21h46

Um texto publicado hoje pela emissora norte-americana CNN relata que a cidade de Denver, nos Estados Unidos, fez o número de mortes causadas pela gripe espanhola crescer após relaxar as medidas de distanciamento social e quarentena na pandemia de 1918. Em meio à crise do novo coronavírus, veículos de imprensa do mundo inteiro relembram o passado.

O prefeito William Fitz Randolph Mills cedeu às pressões dos líderes do mercado e decidiu reduzir o isolamento dos cidadãos. O Dia do Armistício, que marcava o fim da Primeira Guerra Mundial, parecia ser a ocasião ideal para levar a população às ruas em clima de festa.

A data era 11 de novembro de 1918, e o distanciamento social, segundo a CNN, já durava cinco semanas em Denver. O secretário de Saúde da cidade, William H. Sharpley, considerou que a epidemia já estava "sob controle", mas os tempos seguintes mostraram o contrário.

Mesmo há mais de 100 anos, a limitada comunidade científica da época já entendia que o distanciamento social e o uso de máscaras ajudariam a reduzir o ritmo de crescimento da pandemia que matou cerca de 675 mil americanos — 50 milhões de pessoas no mundo todo, de acordo com o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças).

Porém, empresários — principalmente donos de cinemas, segundo a CNN — se incomodaram com o dinheiro que deixavam de receber do público e argumentaram que seria mais fácil confinar apenas os cidadãos que tivessem sintomas da gripe espanhola.