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Justiça espanhola mantém prisão perpétua para brasileiro que matou família

Patrick Nogueira Gouveia durante o julgamento na Espanha - Reprodução/TV Cabo Branco
Patrick Nogueira Gouveia durante o julgamento na Espanha Imagem: Reprodução/TV Cabo Branco

Do UOL, em São Paulo

05/05/2020 18h17

A Justiça espanhola negou o recurso de defesa que visava unificar a pena do brasileiro François Patrick Nogueira Gouveia — responsável pelo assassinato do tio, da esposa do tio e de dois primos na cidade de Pioz, na Espanha. Os crimes aconteceram em agosto de 2016.

A Segunda Câmara do Supremo Tribunal da Espanha manteve a pena estipulada anteriormente. Patrick foi condenado à prisão perpétua três vezes pelas mortes dos primos e de Marcos, seu tio. Já pelo assassinato de Janaína, esposa do tio, a punição é de 25 de anos prisão.

Relembre o caso

Patrick Nogueira Gouveia confessou ter matado a facadas seus tios e dois primos de 1 e 4 anos. Antes de cometer o crime em 2016, ele sonhava desde pequeno em ser jogador profissional de futebol e foi em busca deste objetivo. O réu jogava bola em João Pessoa, na Paraíba, mas decidiu por impulso que queria tentar a sorte na Europa.

Em um rompante, sem avisar os pais, comprou as passagens aéreas para Londres e, enfim, comunicou a mãe sobre a viagem. Desesperada, ela pediu ajuda a alguém que o filho poderia escutar. Walfran Campos, tio de Patrick, ex-jogador de futebol ligou para antigos colegas de profissão. O rapaz chegou a fazer testes na Inglaterra, mas foi rejeitado.

Ele, então, foi acolhido na casa do tio, Marcos, que vivia na Espanha, que conseguiu para ele um emprego no restaurante em que trabalhava. No entanto, o comportamento do jovem começou a mudar. Ele criou raiva do irmão e da família a ponto de matá-los.

Em 17 de agosto de 2016, Patrick descobriu o novo endereço em Pioz e apareceu de surpresa na casa nova dos tios, às 17h, com duas pizzas. Janaina abriu a porta sozinha com as crianças e, na frente delas, levou a primeira facada de Patrick. Ele também matou a prima Maria Carolina, de 4 anos, e o primo Davi, de 1 ano.

Segundo a investigação, Patrick Nogueira Gouveia teve tempo de esquartejar os corpos, guardá-los em sacos de lixo e aguardar a chegada do tio ao chalé para finalizar a chacina. Neste meio tempo, enquanto cometia o crime, ele conversou por WhatsApp com um amigo que estava no Brasil.

Um mês depois, a cena do crime foi descoberta por um funcionário da manutenção que alertou para o odor procedente de uma casa em Pioz. No dia 20 de setembro de 2016, Patrick fugiu para o Rio de Janeiro; permaneceu no Brasil até 19 de outubro do mesmo ano, quando voltou à Espanha para confessar autoria dos homicídios.