Especialista que descobriu a ebola quase morre após contrair coronavírus
Resumo da notícia
- O médico Peter Piot contou que quase morreu após contrair o novo coronavírus
- Piot foi um dos responsáveis por descobrir os vírus da ebola nos anos 1970
- O médico conta que teve fortes dores de cabeça e pensou que fosse morrer de covid-19
- Após 40 anos pesquisando vírus letais, Piot diz que contraiu uma doença grave pela primeira vez
- Com 71 anos, ele se recuperou do coronavírus e descansa em casa
O médico Peter Piot fez parte da equipe de cientistas que descobriu o vírus ebola em 1976. Cerca de 44 anos depois, ele contraiu o novo coronavírus, afirmou que ficou muito doente e que esteve "entre o céu e a Terra" por uma semana.
Diretor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, Piot explicou que nunca havia ficado tão doente como quando esteve com a covid-19. Após quatro décadas estudando doenças como a aids, ele contou à revista belga Knack que "finalmente um vírus o pegou".
Ele ainda se recupera da pneumonia causada pelo vírus. Ele conta que os primeiros sintomas apareceram em 19 de março, quando teve febre alta e dor de cabeça.
"Meu crânio e meu couro cabeludo estavam muito doloridos, o que era bizarro", disse ele.
Mesmo sem tosse, sua intuição dizia que se tratava de coronavírus. Mesmo assim, ele continuou trabalhando para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von de Leyen, pois pensava se tratar de uma doença passageira.
"Nunca fiquei gravemente doente e não tirei um dia de licença médica nos últimos dez anos. Eu vivo uma vida bastante saudável e ando regularmente. O único fator de risco para o corona é a minha idade - tenho 71 anos. Sou otimista, então pensei que passaria", explicou.
Piot ironiza o fato de ter uma doença grave após 40 anos de pesquisas contra vírus.
Dediquei minha vida a combater vírus e, finalmente, eles se vingaram. Durante uma semana, equilibrei-me entre o céu e a Terra, à beira do que poderia ter sido o fim
Peter Piot
O médico destaca a indiferença do vírus com as desigualdades sociais e conta que foi tratado no mesmo espaço de moradores de rua e imigrantes. "Dividi quarto [no hospital] com um sem-teto, um faxineiro colombiano e um homem de Bangladesh - todos os três diabéticos, aliás, o que é consistente com o quadro conhecido da doença. Os dias e as noites eram solitários porque ninguém tinha energia para conversar", lamentou.
Ele encerra com uma crítica a quem questiona o trabalho de cientistas e chefes de estados engajados no combate a pandemia.
"Estamos aprendendo enquanto navegamos. É por isso que fico tão irritado com os muitos comentaristas que, sem muita percepção, criticam os cientistas e os formuladores de políticas públicas que estão tentando arduamente controlar a epidemia. Isso é muito injusto", disse Piot que se recupera em casa.
Confira como estão os números da doença no Brasil:
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