Topo

Esse conteúdo é antigo

Em live com cão, presidente da Argentina critica desigualdade e elogia Lula

Dylan, cachorro de Alberto Fernandez, passa atrás de Alberto Fernández durante transmissão - Reprodução
Dylan, cachorro de Alberto Fernandez, passa atrás de Alberto Fernández durante transmissão Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

15/05/2020 13h57

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, participou hoje de um debate online promovido pelo Grupo de Puebla (fórum de representantes da ala progressista da esquerda) para debater questões econômicas e políticas em tempos de pandemia do novo coronavírus.

Curiosamente, logo no início da participação de Fernandez, um cachorro passou por trás do presidente da Argentina — que não percebeu a movimentação canina. Trata-se de Dylan, o cão de estimação do presidente.

Em abril, Fernández assinou um decreto para adiar para 2021 o pagamento de uma parcela de US$ 9,8 bilhões da dívida externa argentina e concentrar os investimentos no combate à covid-19. A iniciativa foi elogiada por Ernesto Samper, ex-presidente da Colômbia entre 1994 e 1998, que defendeu "medidas não-ortodoxas, audazes e distintas" para o fortalecimento econômico da América Latina durante o momento atual.

"O Grupo de Puebla propôs uma iniciativa de uma moratória da dívida externa para a maior parte dos países da América Latina. Respaldamos de maneira total a posição argentina da revisão politica de sua dívida externa. E propusemos também que haja uma refinação da dívida externa latino-americana, no que nos acompanham os acadêmicos próximos do Grupo de Puebla", defendeu Samper.

"Esta é a grande interrogação: quem vai pagar? Os que já perderam o emprego? A classe média? Os aposentados ou os que tiverem que aposentar meses adiante? Ou vamos sair realmente quando as fatura tiverem que ser pagas pelos setores que têm maiores condições?", acrescentou.

Ensinamento de Lula

Em seu posicionamento, Fernández afirmou que "o mundo vive um processo de transformação muito profundo". E diante dos problemas causados pela covid-19, disse que "a desigualdade não é um bom caminho".

"Teremos que seguir nos protegendo até que se conheça uma vacina, que não sabemos em quanto tempo irá exisitr. Isso traz consequências econômicas enormes. Estao à vista", afirmou o presidente da Argentina, que citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011) para explicar a necessidade de união política.

"Jornalistas perguntaram a Lula o que aconteceria se Cristina (Kirchner, vice-presidente argentina) e eu brigássemos. Lula disse: se em algum momento eles brigam, eles vão para suas casas, esperam dez minutos, tranquilizam-se e têm que voltar a trabalhar juntos", disse Fernandez.

"Este ensinamento de Lula é perfeito. Não podemos nos dar ao luxo de ter diferenças, porque das diferenças se aproveitam os setores que mais danos fazem a nosso povo."