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Antes de eleição, Trump pagou sósia de Obama para 'demiti-lo', diz livro

O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa a apoiadores em Latrobe, Pensilvânia, em 3 de setembro de 2020 - Mandel Ngan/AFP
O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa a apoiadores em Latrobe, Pensilvânia, em 3 de setembro de 2020 Imagem: Mandel Ngan/AFP

Do UOL, em São Paulo

06/09/2020 17h46

O presidente norte-americano Donald Trump contratou um sósia de Barack Obama, seu antecessor no cargo, para "demiti-lo" antes da eleição presidencial de 2016. Esta é uma das histórias do livro de Michael Cohen, ex-advogado do republicano, que será lançado nesta semana nos Estados Unidos.

De acordo com Cohen, antes de concorrer à Casa Branca, ele pagou um homem para interpretar o então presidente e simular sua demissão, como no programa "O Aprendiz", que Trump apresentava. As informações são da rede CNN, que teve acesso ao livro.

A obra, "Disloyal: A Memoir" ("Desleal: Memórias", em tradução livre), não identifica o homem que supostamente interpretou o ex-presidente, mas narra a cena e inclui uma foto dos dois, um de cada lado de uma mesa.

No livro, a fixação de Trump por Obama misturava racismo e ambição pelo poder. "Me diga um país liderado por um homem negro que não seja uma porcaria. Eles são todos uns lixos", teria dito o atual presidente dos EUA ao então advogado.

Segundo a CNN, Cohen descreve Trump em seu livro como "um mentiroso, uma fraude, um assediador, um racista, um predador, um aproveitador" e uma pessoa que está interessada em usar a presidência exclusivamente para benefícios pessoais.

Cohen trabalhou durante anos para Trump e para outros empresários e poderosos dos Estados Unidos. Em dezembro de 2018, ele foi condenado a três anos de prisão por crimes contra a Receita americana e por mentir para o Congresso.

Livro narra diversos episódios de racismo

O atual presidente norte-americano também é acusado de racismo e desprezo pelos próprios eleitores no livro de Cohen. Segundo a CNN, o livro tem diversas histórias em que o atual presidente foi abertamente racista e preconceituoso.

"Eu nunca teria o voto hispânico. Como os negros, eles são muito burros para votar no Trump. Eles não são a minha galera", teria dito o atual presidente a Cohen durante a campanha de 2016.

Suas ofensas iam do então presidente democrata Barack Obama, primeiro homem negro a assumir o cargo nos Estados Unidos, e o ex-presidente sul-africano Nelson Mandeta, líder da luta contra o Apartheid. Segundo Cohen, Trump teria dito que Mandela teria destruído o país.

Sobre os norte-americanos e imigrantes de origem hispânica, Trump os classificava como "criminosos e estupradores", diz o livro.