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Sobe para quatro o número de mortos em ataques em Viena

2.nov.2020 - Policiais armados patrulham as ruas de Viena, na Áustria, após tiroteios na cidade que deixaram ao menos quatro mortos - Joe Klamar/AFP
2.nov.2020 - Policiais armados patrulham as ruas de Viena, na Áustria, após tiroteios na cidade que deixaram ao menos quatro mortos Imagem: Joe Klamar/AFP

Do UOL, em São Paulo*

03/11/2020 06h45Atualizada em 03/11/2020 14h16

Uma das pessoas feridas nos tiroteios de ontem à noite em Viena, atentados que provocaram pânico na capital austríaca, faleceu hoje, anunciou o ministério do Interior, elevando para quatro o número de mortos.

"Infelizmente, uma pessoa faleceu no hospital. O balanço de mortos inclui dois homens e duas mulheres", afirmou um porta-voz do ministério.

Um dos atiradores também foi morto em confronto com a polícia. O governo austríaco classificou o ocorrido como um "hediondo ataque terrorista". Quatorze pessoas permanecem hospitalizadas - seis em estado grave.

De acordo com a Polícia de Viena, o ataque foi realizado por diversas pessoas armadas com fuzis, e houve disparos em ao menos seis pontos da cidade. Uma megaoperação policial foi colocada em prática, com suspensão de parte do transporte público e bloqueio de diversas ruas. O governo anunciou o reforço da checagem nas fronteiras e informou que as crianças não deveriam ir às escolas hoje.

Atirador era fichado nos serviços de inteligência

O atirador morto pela polícia no ataque era fichado nos serviços de inteligência do país, um simpatizante do grupo jihadista Estado Islâmico e natural da Macedônia do Norte, anunciaram as autoridades austríacas hoje.

Os detalhes sobre o agressor começaram a ser revelados hoje. Identificado como K. F., de 20 anos, também tinha nacionalidade austríaca, disse Nehammer à APA.

Foi condenado em 2019 a 22 meses de prisão por tentar viajar para a Síria para unir-se ao grupo Estado Islâmico.

Viena amanheceu hoje blindada por policiais e militares. Pelo menos um ou dois atiradores estão foragidos, de acordo com o Ministério do Interior, mas a polícia não sabe exatamente quantas pessoas estão envolvidas nos disparos.

Até o momento, os ataques não foram reivindicados. Câmeras registraram os primeiros disparos nas proximidades da sinagoga, que atingiram também prédios de escritórios das imediações, no coração de Viena, horas antes da entrada em vigor do lockdown decretado para frear a pandemia de covid-19 no país.

Repercussão

A Áustria não havia sofrido até agora com nenhum ataque, como os que abalaram outros países da Europa. O presidente francês, Emmanuel Macron, tuitou: "nós, os franceses, compartilhamos a comoção e a dor do povo austríaco".

"Depois da França, um país amigo é atacado. É a nossa Europa", acrescentou Macron, em alusão ao atentado a faca da última quinta-feira (29) no qual três pessoas - entre elas uma brasileira - perderam a vida em Nice e à decapitação de um professor dias antes, por um jihadista perto de Paris.

A União Europeia condenou "com força" o "ataque terrível", segundo um tuíte do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

"A Europa condena com força este ato covarde que viola a vida e nossos valores humanos. Meus pensamentos estão com as vítimas e os moradores de Viena, após o ataque terrível desta noite. Estamos ao lado da Áustria", escreveu Michel, que representa os 27 membros da UE.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrel, se disse "chocado" no Twitter com estes ataques. É "um ato de covardia, violência e ódio".

"Em todas as partes do nosso continente, estamos unidos contra a violência e o ódio", destacou pelo Twitter o presidente do Parlamento Europeu, o italiano David Sassoli. "Não devemos ceder ao ódio, que busca dividir nossas sociedades", reagiu o ministério alemão das Relações Exteriores após os ataques.

* Com informações da AFP e RFI