Trump não tem intenção de admitir derrota, diz campanha
Do UOL, em São Paulo
09/11/2020 21h29
O presidente Donald Trump não tem intenção de ceder e admitir a derrotas nas eleições americanas, afirmou a campanha de Trump em entrevista para a Fox Business. Anteontem, Joe Biden foi eleito o 46º presidente dos Estados Unidos após vitória na Pensilvânia.
"Essa palavra [derrota] nem está em nosso vocabulário agora", insistiu Jason Miller, um conselheiro sênior de campanha.
Antes do resultado das urnas, Trump entrou na justiça para interromper a contagem de votos em Michigan, Filadélfia e Geórgia - que deve iniciar uma recontagem de votos em 1º de dezembro. Com o anúncio da vitória de Biden, o presidente mudou a estratégia: sua campanha diz estar reunindo provas para avaliar opções legais e impedir a posse.
"Continuaremos expondo e investigando todos esses casos de fraude ou abuso e nos certificaremos de que o público americano possa ter total confiança nessas eleições", afirmou Miller.
Eles também querem reunir evidências para contestar o resultado na Pensilvânia. Foi a vitória no estado que permitiu a Biden conquistar 273 delegados, três a mais do que o necessário para ganhar o pleito eleitoral.
Acusações de fraude eleitoral
Sem apresentar provas, Trump afirma que o envio de votos pelo correio é corrupto e "destruiu o sistema" eleitoral dos Estados Unidos. Desde o início da apuração dos votos, a campanha de Donald Trump vem apontando para uma suposta fraude envolvendo cédulas enviadas pelo correio.
Fontes internas da Casa Branca disseram à rede americana CNN que a esposa de Trump, Melania, e outros membros da família tentam convencer o presidente a reconhecer a derrota.
Trump ainda não felicitou Biden pela vitória eleitoral. O ato quebra uma tradição de 124 anos no país, em que o candidato derrotado não só reconhece como faz algum contato para parabenizar seu oponente pela vitória.
Além disso, Trump ainda não autorizou que a equipe de transição de Biden inicie o processo de mudança de poder.