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Nomeada por Trump não autoriza transição, e Biden pressiona

Joe Biden ainda não teve a vitória reconhecida por Donald Trump, o que pode atrasar transição - Drew Angerer/Getty Images
Joe Biden ainda não teve a vitória reconhecida por Donald Trump, o que pode atrasar transição Imagem: Drew Angerer/Getty Images

Do UOL, em São Paulo*

09/11/2020 07h20Atualizada em 09/11/2020 14h50

A campanha do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, está pressionando a nomeada política de Trump, que chefia a Administração de Serviços Gerais do país, a aprovar uma transição oficial de poder, apesar da recusa do presidente Donald Trump em reconhecer a derrota.

A campanha de Biden advertiu que a segurança nacional dos Estados Unidos e os interesses econômicos dependem de um sinal claro de que o país se engajaria em uma "transferência de poder tranquila e pacífica".

A Administração de Serviços Gerais tem a tarefa de reconhecer formalmente Biden como presidente eleito, o que dá início à transição. Mas a administradora indicada por Trump na agência, Emily Murphy, não iniciou o processo e não deu nenhuma orientação sobre quando o fará.

Essa falta de clareza está alimentando dúvidas sobre se Trump, que não reconheceu publicamente a vitória de Biden e alegou falsamente que a eleição foi roubada, tentará atrapalhar os democratas no estabelecimento de um novo governo.

"A segurança nacional e os interesses econômicos da América dependem da sinalização do governo federal de maneira clara e rápida que o governo dos Estados Unidos respeitará a vontade do povo americano e se envolverá em uma transferência de poder tranquila e pacífica", tuitou Jen Psaki, assessora de transição de Biden Domingo.

O conselho consultivo do apartidário Centro de Transição Presidencial também instou a administração Trump a "começar imediatamente o processo de transição pós-eleitoral e a equipe de Biden para aproveitar ao máximo os recursos disponíveis sob a Lei de Transição Presidencial".

Biden, que foi eleito 46º presidente no sábado, está tomando medidas para construir um governo, apesar das dúvidas sobre se Trump oferecerá a ajuda tradicional.

Já Gerry Connolly, que chefia o Subcomitê de Operações Governamentais da Câmara, disse que Murphy deve iniciar o processo sem demora.

"O administrador desempenha um papel crítico na transferência pacífica de poder e garantindo que os serviços governamentais vitais não sejam interrompidos. Isso é ainda mais importante em meio a uma pandemia mortal ", disse ele.

A equipe de transição Biden já tem acesso a escritórios federais no Departamento de Comércio, conforme garantido pela Lei de Transições Presidenciais, mas não pode acessar, por exemplo, fundos para salários e viagens até que a Administração de Serviços Gerais se posicione.

Segundo o jornal The Washington Post, essa seria apenas a segunda vez na história moderna da transição de poder que um atraso do tipo acontece. No entanto, na outra vez que isso ocorreu, no ano de 2000, na eleição entre Al Gore e George W. Bush, já havia um pedido formal de recontagem de votos e disputa judicial na Suprema Corte do país.

*Com informações das agências Ansa, AP e Reuters.