Reino Unido vai proibir propaganda online de junk food
O governo do Reino Unido anunciou planos para proibir propagandas online de junk food. É uma tentativa de conter uma crescente onda de obesidade na região, de acordo com informações do The Guardian.
As novas regras afetariam alimentos considerados ricos em gordura, sal e açúcar, mas o projeto vem sofrendo críticas porque pode restringir a publicidade de outras comidas como abacates, geleias e cremes.
O plano do governo ainda está sujeito a uma consulta popular de seis semanas. Para o secretário de saúde do Reino Unido, Matt Hancock, as regras ajudariam pais, crianças e famílias a fazer escolhas mais saudáveis.
"Sabemos que as crianças passam mais tempo online e os pais querem ter a certeza de que eles não estão sendo expostos a anúncios que promovem alimentos não saudáveis, que podem afetar hábitos para toda a vida ", afirmou ele.
As regras mais rígidas foram influenciadas pelo primeiro-ministro Boris Johnson após uma infecção pelo novo coronavírus. Ele chegou a passar uma noite na UTI com o agravamento do seu estado de saúde —estudos recentes indicam que o índice de mortalidade da covid-19 cresce entre pessoas obesas.
No Reino Unido, de acordo com o The Guardian, uma em cada três crianças deixam a escola primária acima do peso. Quase dois terços dos adultos na Inglaterra também são obesos.
Se implementada, a proibição afetaria empresas de marketing digital, anúncios do Facebook e do Google, além da publicidade paga em mídias sociais.
"Seria uma política de liderança mundial para melhorar a saúde das crianças", defendeu Fran Bernhardt, conselheira do governo do Reino Unido e coordenadora da campanha de alimentação para crianças. "Anúncios online colocaram como protagonista os alimentos pouco saudáveis. Os regulamentos atuais são inadequados para proteger as crianças".
Ela acrescenta que empresas que anunciam alimentos saudáveis não precisam temer a nova regulação. De acordo com o governo, empresas que desrespeitarem a lei estarão sujeitas a sanções civis, incluindo multas.
Já a indústria é contra as novas regras e as classificam como "severas e desproporcionais". Em uma declaração em nome da indústria de publicidade do Reino Unido, Stephen Woodford, executivo-chefe da Advertising Association, disse: "Se esta política de proibição total for adiante, será um grande golpe para a publicidade do Reino Unido em um momento em que estamos cambaleando do impacto da covid-19".
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