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Coronavírus: casos aumentam e Japão decreta estado de emergência em Tóquio

Primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, que anunciou hoje o estado de emergência em Tóquio pela segunda vez -
Primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, que anunciou hoje o estado de emergência em Tóquio pela segunda vez

Do UOL, em São Paulo

07/01/2021 09h57

Um dia depois dos casos de covid-19 atingirem um novo recorde diário no Japão, o primeiro-ministro Yoshihide Suga anunciou hoje o estado de emergência em Tóquio e na região metropolitana da capital, abrangendo ainda os municípios de Kanagawa, Saitama e Chiba. A situação preocupa já que a capital japonesa será sede da Olimpíada, até agora, marcada para julho.

"Estou muito alarmado com a situação grave em todo o país recentemente, já que o número de pacientes tem sido extremamente alto", disse Suga em uma reunião da força-tarefa do governo. O foco das novas restrições são restaurantes e bares, considerados pelas autoridades como focos de transmissão na comunidade.

As mudanças entram vigor amanhã e permanecerão até 7 de fevereiro. As medidas só serão suspensas quando essas cidades apresentarem uma redução significativa nos índices de referência, como taxas de ocupação hospitalar e número de casos. Um limite seria o número de casos diários diminuindo para 500 por dia em Tóquio, disse Yasutoshi Nishimura, o ministro responsável pela resposta do governo ao coronavírus.

Pelas novas regras, os moradores desses locais não devem sair de casa após as 20h. Restaurantes, bares e cafés que servem bebidas alcoólicas poderão atender de 11h às 19h. Eles devem fechar às 20h.

Empresas devem reduzir em 70% o número de funcionários nos escritórios e facilitar o teletrabalho e os horários escalonados de deslocamento. Os eventos serão restritos à metade de sua capacidade e até 5.000 participantes. Teatros, lojas de departamentos e parques de diversões podem permanecer abertos e fechar suas portas até as 20h. Escolas, faculdades e creches também permanecerão abertas, mas devem limitar as atividades extracurriculares.

"Decidi declarar este estado de emergência para evitar que o vírus se espalhe a todo custo e garantir que o número de novos casos seja reduzido. É importante fornecer medidas completas", disse Suga.

Ontem, as novas infecções em todo o país chegaram a 5.307, um novo recorde diário, segundo uma contagem da emissora nacional NHK. Tóquio relatou 1.591 casos, também um recorde histórico.

Especialistas em doenças infecciosas se reuniram ontem com o Ministério da Saúde e pediram medidas mais rígidas e mais longas para enfrentar o aumento de casos. "Mesmo se tomarmos medidas fortes imediatamente, será difícil reduzir a área metropolitana de Tóquio ao estágio 3 até o final de janeiro", disse Takaji Wakita, chefe do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, a jornalistas após a reunião.

Sem novas medidas, as infecções diárias em Tóquio poderiam quase triplicar para 3.500 por dia em fevereiro e atingir 7.000 em março, de acordo com simulações do cientista da Universidade de Kyoto Hiroshi Nishiura. Uma declaração de emergência precisaria durar pelo menos dois meses para trazer as infecções a níveis controláveis, disse ele.

O governo está preocupado com o impacto econômico e com a preparação para sediar a Olimpíada, adiada para julho deste ano. O aumento de casos e as restrições põe em risco o cronograma para a realização dos jogos.

Economistas alertaram ainda sobre um grande golpe no produto interno bruto (PIB) se as restrições forem prolongadas ou expandidas, mas disseram que isso pode ser inevitável.

*Com informações da Reuters