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Trump diz que não quer violência, mas que impeachment está causando 'raiva'

Trump chamou seu possível impeachment na Câmara de "continuação da maior caça às bruxas da história da política" - Mandel Ngan/AFP
Trump chamou seu possível impeachment na Câmara de "continuação da maior caça às bruxas da história da política" Imagem: Mandel Ngan/AFP

Do UOL, em São Paulo*

12/01/2021 12h53Atualizada em 12/01/2021 13h36

O presidente Donald Trump classificou hoje os preparativos para o processo impeachment no Congresso dos Estados Unidos como "absolutamente ridículos" e disse que eles estão causando "uma raiva tremenda". Porém, Trump disse que não quer violência por parte da seus apoiadores, que na última semana invadiram o Capitólio durante a certificação da vitória do democrata Joe Biden nas eleições de novembro de 2020.

Enquanto embarcava no Marine One na Casa Branca para uma viagem ao Texas, Trump chamou seu possível impeachment na Câmara dos Representantes na quarta-feira de uma "continuação da maior caça às bruxas da história da política." Ele é acusado de incitação à insurreição devido ao ataque ao Capitólio

"Não quero violência", disse Trump a repórteres ao partir para uma visita ao muro na fronteira dos EUA com o México em Álamo, no Texas. Ele já avisou que não irá comparecer à posse de Biden no dia 20 de janeiro, mas seus apoiadores já se movimentam para fazer manfestações em Washington.

Em seus primeiros comentários a repórteres desde 8 de dezembro, o presidente republicano não respondeu se renunciaria. Ele criticou a tentativa de impeachment levada adiante por parlamentares democratas.

"Este impeachment está causando uma raiva tremenda e eles estão fazendo isso, e é realmente uma coisa terrível o que eles estão fazendo", disse Trump.

Trump se tornaria o primeiro presidente dos EUA a ter impeachment aprovado pela Câmara duas vezes se a Casa votar a favor do impedimento amanhã. Na primeira ocasião, o Senado decidiu não remover o presidente do cargo.

Invasão ao Capitólio

Motivados por Trump, apoiadores se reuniram na última quarta-feira (6), nas proximidades do Capitólio, para protestar contra a certificação da vitória de Joe Biden na eleição de 2020. Depois de esgotar todas as opções para tentar reverter o resultado das eleições de novembro, Trump apelou para seus apoiadores, convencendo-os de que era possível impedir a oficialização de Biden e Kamala Harris.

A invasão aconteceu pouco depois de a sessão conjunta do Congresso ser interrompida por uma objeção, por parte de parlamentares republicanos, ao resultado do pleito no estado do Arizona, vencido por Biden.

Deputados e senadores tiveram que se esconder embaixo de suas cadeiras, e o vice-presidente Mike Pence foi retirado do prédio.

Além de policiais, atiradores de elite e outras forças de segurança foram acionados para conter os manifestantes. Ao menos cinco pessoas morreram, segundo a polícia de Washington.

O tumulto, porém, não impediu a continuidade da sessão, que foi retomada às 20h locais (22h de Brasília) e terminou por certificar Biden durante a madrugada.

* Com informações da AFP e Reuters.