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Austrália acusa China de usar laser em avião; Pequim alega informação falsa

Do UOL, em São Paulo*

21/02/2022 10h05Atualizada em 21/02/2022 10h41

O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, acusou o governo chinês de disparar laser contra um avião australiano. Segundo o premiê, o artefato foi utilizado por um navio militar da China para atingir uma aeronave de vigilância da Austrália.

A Força de Defesa Australiana confirmou o incidente no sábado (19). Ela disse que uma aeronave de patrulha marítima foi atingida por um laser do Exército de Libertação do Povo, da China, colocando em perigo a vida dos tripulantes.

O navio chinês responsável pelo que Morrison chamou de "ato perigoso" estava viajando ao lado de outro navio chinês próximo da costa norte da Austrália, na zona econômica exclusiva do país, na quinta-feira (17).

Em uma entrevista coletiva no domingo, Morrison disse que não pode "ver isso de outra forma que não seja um ato de intimidação, um ato injustificado e não provocado. "A Austrália nunca aceitará tais atos de intimidação", afirmou.

Em comunicado divulgado hoje, a China acusou o governo australiano de "divulgar informações falsas". A resposta de Pequim ocorre em meio a relações bilaterais tensas há vários anos. O contexto se dá em torno de disputas comerciais e diplomáticas, já que Pequim não vê com bons olhos o fortalecimento da aliança entre Austrália e os Estados Unidos para conter a influência chinesa na região Ásia-Pacífico.

As acusações australianas "não tem fundamento", respondeu o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin. O porta-voz assegurou que os movimentos dos navios nessas águas internacionais eram "perfeitamente legítimos e legais".

"Pedimos ao lado australiano que respeite os direitos legítimos dos navios chineses em águas relevantes de acordo com a lei internacional e pare de espalhar maliciosamente informações falsas sobre a China", afirmou Wenbin.

'Atos agressivos de intimidação'

Também no domingo, o ministro da Defesa australiano, Peter Dutton, disse à emissora Sky News que "acha que o governo chinês espera que ninguém fale sobre esses atos agressivos de intimidação."

O Ministério da Defesa australiano disse que os navios chineses estavam se dirigindo para o leste através do Mar de Arafura no momento do incidente.

* Com informações da Deutsche Welle e AFP