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Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


Rússia x Ucrânia: 8º dia de guerra tem acordo, explosões e novas sanções

Colaboração para o UOL

03/03/2022 19h23Atualizada em 03/03/2022 20h58

O oitavo dia da invasão da Rússia à Ucrânia teve avanços nas negociações, com a criação de um corredor humanitário para a fuga de civis. Porém, os ataques continuaram —um dos alvos foi um depósito de petróleo em Chernihiv, no norte da Ucrânia.

Ainda não se sabe como vão funcionar os corredores humanitários, que implicam cessar-fogo. Também não foi divulgado quando e onde vão ocorrer. Pouco antes do anúncio, o presidente Vladimir Putin disse num pronunciamento na TV que tais corredores já estavam garantidos pelos russos.

Nesta quinta-feira (3), o sul do país amanheceu sob bombardeio. Já por volta das 17h (horário de Brasília, 22h em Kiev), sirenes foram ouvidas em diversas cidades—Khmelnytsky, Vasylkiv, Sloviansk, Rivne, Ternopil, Volyn, Vinnytsia, Zhytomyr, Chernihiv e Lviv.

Mais cedo, uma equipe da rede de TV americana CBS News foi surpreendida por duas fortes explosões em Kiev, capital da Ucrânia, segundos depois de finalizar uma entrada ao vivo.

Novas sanções

Ainda nesta quinta, novas sanções foram anunciadas. Os Estados Unidos decidiram excluir um grupo de oligarcas russos do sistema financeiro norte-americano. Além disso, congelou seus ativos e bloqueou o uso de suas propriedades.

O Japão anunciou uma nova rodada de sanções contra a Rússia e Belarus — país aliado do regime de Vladimir Putin. Com a medida, serão congelados os ativos de 18 pessoas russas e quatro bancos, além de sete altos funcionários bielorrussos, disse o Ministério das Relações Exteriores do Japão.

Envio de armamentos

Por outro lado, foi anunciado o envio de materiais bélicos para a Ucrânia. A Alemanha entregará 2.700 mísseis antiaéreos adicionais para zonas de conflito da Ucrânia após o avanço das tropas da Rússia. A remessa se soma ao envio recente de 18 mil capacetes militares a Kiev.

Volodimir Zelensky voltou a cobrar ajuda de países ocidentais - Brasil Escola - Brasil Escola
Volodimir Zelensky voltou a cobrar ajuda de países ocidentais
Imagem: Brasil Escola

UE e EUA contra guerra direta

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a cobrar hoje que países ocidentais criem a zona de exclusão aérea militarizada. Zelensky ainda disse que apenas uma conversa diretamente com Putin será capaz de parar a guerra.

"Se vocês não conseguem estabelecer uma restrição ao espaço aéreo agora, quando vão conseguir?", questionou, em entrevista a repórteres transmitida pela rede de TV estadunidense CNN.

Em resposta a Zelensky, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, se posicionou contra o pedido da Ucrânia para que haja uma "zona de exclusão aérea" militarizada nos céus contra a ofensiva da Rússia. Ele ressaltou que o país não é membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

"A UE não está em guerra com a Rússia. A realidade é que a Rússia lançou uma guerra selvagem contra a Ucrânia. A Ucrânia não é membro da Otan, e é por isso que devemos ser extremamente cuidadosos e cautelosos. Precisamos fazer tudo o que for possível, mas levando em conta que a Rússia tem armas nucleares e é muito importante evitar uma terceira guerra internacional", disse, em entrevista à CNN.

Em Washington, nos Estados Unidos, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, reconheceu que o governo de Joe Biden quer evitar uma guerra direta com a Rússia.

"Proibir voos vindos da Rússia quer dizer que aviões americanos derrubariam aviões russos. Isso é guerra direta e queremos evitar", respondeu a um repórter que especulava sobre novas restrições de Biden à Rússia.

Na França, a ministra das Forças Armadas do país, Florence Parly, anunciou hoje que o porta-aviões Charles-de-Gaulle, que foi usado para o combate ao terrorismo de Chipre, foi enviado à Romênia para "realizar missões de polícia do céu, reconhecimento e inteligência". A Romênia faz fronteira com a Ucrânia.

A medida, segundo a ministra, é "estritamente dissuasiva". O porta-aviões visa à proteção do território europeu e só haverá sobrevoo de aeronaves na Polônia, nos Estados Bálticos e na Romênia, disse a ministra. A declaração foi feita em entrevista à emissora de TV francesa BFMTV.

Mais de 10 milhões já saíram de casa

Hoje, a ONU (Organização das Nações Unidas) estimou que mais de 10 milhões de pessoas saíram de suas casas na Ucrânia em meio à guerra contra a Rússia. Desse total, calcula a ONU, quatro milhões cruzaram a fronteira com países vizinhos.

Uma dessas nações é a República Tcheca que vai entrar em estado de emergência a partir de sexta-feira (4), antecipando o grande fluxo de refugiados ucranianos que estão fugindo da guerra. A medida possibilitará a liberação de fundos adicionais para ajuda humanitária do orçamento do Ministério da Defesa.

Também nesta quinta-feira, a Geórgia e a Moldávia apresentaram hoje suas candidaturas oficiais à UE (União Europeia). Ex-repúblicas soviéticas, como a Ucrânia — que também pediu adesão ao bloco europeu —, os países fazem parte da zona de influência da Rússia.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL