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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Zelensky cobra que Otan proteja espaço aéreo da Ucrânia: 'Quando vão?'

Colaboração para o UOL, em São Paulo *

03/03/2022 12h59Atualizada em 03/03/2022 14h33

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a cobrar hoje que países ocidentais criem uma "zona de exclusão aérea" militarizada nos céus da Ucrânia. A ação, segundo ele, impediria uma ofensiva da Rússia.

Zelensky ainda disse que apenas uma conversa diretamente com Putin será capaz de parar a guerra.

"Se vocês não conseguem estabelecer uma restrição ao espaço aéreo agora, quando vão conseguir?", questionou, em entrevista a repórteres transmitida pela rede de TV estadunidense CNN.

Citando os nomes de Emmanuel Macron — presidente da França —, Joe Biden — presidente dos Estados Unidos — e Olaf Scholz — chanceler da Alemanha —, Zelensky disse que está fazendo "20 ligações com líderes internacionais todos os dias" para pleitear as demandas ucranianas.

"Eu pedi sanções preventivas antes da guerra. Eu disse: se tivermos um pacote de sanções, eles não vão avançar com a ofensiva", afirmou, reiterando que os pedidos, porém, não foram atendidos. "Agora, eu estou pedindo a zona de exclusão aérea."

"Já dissemos muitas vezes que a Ucrânia precisa de garantias de segurança. E qual foi a resposta da aliança (Otan, a Organização do Tratado Atlântico Norte)? Esperar. Esperar pelo início da guerra", afirmou.

Se vocês não podem fechar nossos céus, então me deem aviões. Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Em um cenário de conflito militar como o da Ucrânia, invadida pela Rússia há pouco mais de uma semana, uma "zona de exclusão aérea" seria o bloqueio para que qualquer aeronave adentre o perímetro, de modo a impedir incursões inimigas pelos ares e consequentes ataques.

Assim, aeronaves russas, por exemplo, poderiam ser abatidas por sistemas de defesa de países da Otan caso entrassem na área restrita — mas o bloco, entendendo que isso agravaria e aumentaria a dimensão do conflito, descarta a medida, por ora.

Além disso, a Ucrânia não faz parte da Otan, embora seja um desejo mútuo — e é justamente a aproximação entre as duas partes o que motivou a ofensiva russa.

Mapa Otan - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

O Kremlin teme que um avanço dos limites da Otan em direção à Ucrânia comprometa a segurança nacional da Rússia, tendo em vista que ambos os países são vizinhos.

Além dos EUA, da Alemanha e da França, o Reino Unido também integra a Otan, entre outros países. Formada pós-Segunda Guerra Mundial, o grupo tem como base a premissa de que, caso algum membro seja atacado militarmente, todos se unirão em resposta.

No momento, no conflito, forças russas se aproximam de Kiev, capital da Ucrânia, que registra explosões provocadas por ataques aéreos, inclusive em uma estação de trem.

No norte do país, uma refinaria de petróleo foi atingida por um míssil. Já no sul, o prefeito da cidade de Kherson confirmou que soldados russos tomaram o controle da localidade, algo que já era reivindicado por Moscou desde ontem.

Os ataques ocorreram um dia depois da Assembleia-Geral das Nações Unidas ter aprovado uma resolução condenando a invasão da Rússia e pedindo a retirada das forças militares do país. O Brasil votou a favor, Belarus, contra, e a China, decidiu se abster.

* Com informações da Ansa, em Kiev (Ucrânia)