Rússia ameaça cortar fornecimento de gás para Europa em caso de sanções
A Rússia ameaçou cortar o fornecimento de gás para a Europa caso sanções econômicas sejam impostas ao setor energético. A medida foi discutida por países da União Europeia, mas não foi aprovada até que fontes alternativas sejam encontradas. A Rússia é o principal fornecedor de gás da região.
Especialistas ouvidos pelo UOL concordam que o serviço de gás natural é a principal arma geopolítica da Rússia, que fornece cerca de 40% do que é consumido pela Europa.
Em pronunciamento ontem, o vice primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, sugeriu o corte no fornecimento de gás para a Europa.
Em conexão com acusações infundadas contra a Rússia e a imposição da proibição do Nord Stream 2, temos todo o direito de tomar uma decisão correspondente e impor um embargo ao bombeamento de gás através do Gasoduto Nord Stream 1. Mas até agora não estamos tomando tal decisão.
Vice primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, segundo tradução da emissora Sky News
Países da Europa continuam comprando gás russo enquanto intensificam as sanções financeiras contra o país liderado por Vladimir Putin. As sanções têm o objetivo de enfraquecer a economia de determinado país e, em meio a possíveis perdas, encaminhar uma negociação em meio ao conflito em andamento.
No caso da guerra entre russos e ucranianos, os países do Ocidente pretendem usar as sanções para fragilizar a Rússia e pressionar Putin a pôr um fim na invasão à Ucrânia.
Em entrevista publicada pela BBC, Ángel Saz-Carranza, diretor do Centro de Economia Global e Geopolítica da escola espanhola de negócios Esade e professor visitante da Georgetown University, nos Estados Unidos, classificou o gás russo como "o calcanhar de Aquiles da Europa nesta guerra".
"É isto que permite à Rússia capitalizar e financiar essa aventura", avaliou ele.
- Veja essa e mais notícias no UOL News com Fabíola Cidral:
Rússia diz que preço do barril de petróleo pode chegar a US$ 300
O vice-ministro da Rússia também alertou que os preços do petróleo poderiam dobrar para US$ 300 o barril se os EUA e seus aliados proibissem as importações de petróleo da Rússia. "A rejeição do petróleo russo levaria a consequências catastróficas para o mercado global".
Analistas do Bank of America, procurados pela Sky News, rejeitaram a estimativa de preço de Novak. Segundo eles, o valor real seria próximo de US$ 200 por barril, estimando um déficit de 5 milhões de barris da Rússia por dia.
A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo e fornece 30% do seu petróleo para a Europa.
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