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Fóssil de polvo de 10 braços ganha nome em homenagem a Biden; saiba por quê

Reprodução artística do Syllipsimopodi bideni, que viveu há 328 milhões de anos - Divulgação/Katie Whalen
Reprodução artística do Syllipsimopodi bideni, que viveu há 328 milhões de anos Imagem: Divulgação/Katie Whalen

Do UOL, em São Paulo

12/03/2022 13h18Atualizada em 12/03/2022 13h38

Pesquisadores norte-americanos identificaram o parente mais antigo dos polvos. O fóssil do Syllipsimopodi bideni viveu há 328 milhões de anos e tem uma característica diferente: 10 tentáculos, dois a mais do que hoje.

O nome Syllipsimopodi bideni é uma homenagem ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por seu "compromisso com a ciência", afirmam os especialistas da Universidade de Yale e do Museu Americano de História Natural.

A espécie tem cerca de 12 centímetros e, além dos 10 braços, chama atenção por suas barbatanas e ventosas para agarrar as presas. Os autores da descoberta indicam que o Syllipsimopodi se tornou o membro mais antigo de um grupo chamado vampiropodes, que inclui os polvos e lulas-vampiros.

"Nossas descobertas sugerem que os primeiros vampiropodes, pelo menos superficialmente, se assemelhavam a lulas que vivem hoje", afirma Christopher Whalen, pós-doutorando na Universidade de Yale e no Museu Americano de História Natural.

Whalen disse que o "polvo Biden" tinha um corpo em forma de torpedo e suas barbatanas eram grandes o suficiente para possivelmente funcionar como estabilizadores e para ajudá-lo a nadar. Um par de seus braços era consideravelmente mais longo que os outros quatro pares, semelhantes aos dois tentáculos alongados das lulas modernas.

Os pesquisadores ainda especulam que o Syllipsimopodi bideni usava seus braços mais longos para capturar presas.

O estudo pode ser considerado um grande achado científico, uma vez que vampiropodes têm corpos moles, e dificilmente são encontrados em um estado de conservação que permita seu estudo, afirmam os especialistas.

No entanto, o novo estudo é baseado em um fóssil de lula-vampiro bem preservado das coleções do Museu Real de Ontário, no Canadá, doado à instituição nos anos 1980. O material foi encontrado em uma escavação no estado de Montana, nos Estados Unidos.

"O Syllipsimopodi bideni também desafia o argumento predominante das origens dos vampiropodes e oferece um novo modelo para a evolução dos cefalópodes com casca interna", conclui Whalen.