Ucranianos protestam por libertação de prefeito em Melitopol
Cerca de 2.000 ucranianos protestaram em Melitopol, a cerca de 700 quilômetros da capital do país, pela libertação do prefeito da cidade, Ivan Fedorov. O governo da Ucrânia acusou a Rússia de tê-lo sequestrado.
Hoje (12), 17º dia da invasão da Rússia ao território ucraniano, a região de Kiev foi um dos pontos de ataque das forças russas. Um aeródromo em Vasylkiv, a 40 quilômetros de Kiev, foi atacado por mísseis neste sábado. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse que "a capital, perto da qual os combates continuam, está se preparando para a defesa".
Órgãos governamentais e o serviço de emergências da Ucrânia relataram ataques a um armazém de produtos congelados e a um depósito de petróleo em cidades próximas à capital. Em Chernihiv, 150 quilômetros ao norte de Kiev, ataques deixaram a cidade sem eletricidade.
Em seu último relatório, as Forças Armadas da Ucrânia dizem ter parado avanços da Rússia na região de Donetsk. Segundo o órgão, os ucranianos estão conseguindo "restringir a ofensiva massiva das forças de ocupação".
O governo ucraniano divulgou 14 corredores para evacuação nesta manhã. Os trajetos também são utilizados para levar suprimentos para as regiões afetadas por ataques.
Protesto
Cerca de 2.000 pessoas foram ao prédio da administração estadual do distrito de Melitopol com a exigência de libertar o prefeito da cidade Ivan Fedorov, segundo relato de Kirill Timoshenko, vice-chefe do gabinete da Presidência da Ucrânia.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia acusou soldados russos em solo ucraniano de terem sequestrado hoje Ivan Fedorov, prefeito da cidade de Melitopol, no sudeste do país.
Segundo autoridades ucranianas, Fedorov foi detido, acusado de terrorismo pelo governo russo. "Em 11 de março, soube-se que os ocupantes capturaram-no enquanto trabalhava no centro de crise da cidade, onde lidava com o sustento de Melitopol", disse o Centro de Comunicações Estratégicas e Segurança da Informação. A Rússia não comentou a acusação.
Klitschko, que, além de prefeito de Kiev, é presidente da associação das cidades ucranianas, criticou a ação russa contra o colega de Melitopol. "A comunidade ficou sem seu líder eleito", disse hoje. "Isso é um ato de terrorismo! A Rússia está tentando destruir o governo legitimamente eleito na Ucrânia, que protege os interesses dos civis!"
Ataques
Segundo o serviço de Comunicações Especiais e Proteção da Informação da Ucrânia, as forças russas destruíram o aeródromo de Vasilkyv. "Oito mísseis foram disparados", disse o comunicado, ainda com informações iniciais, sem mais detalhes. Mais cedo, na mesma cidade, que fica 40 quilômetros ao sul da capital, a administração da região de Kiev informou que um depósito de petróleo ficou em chamas após um ataque aéreo.
Em Brovary, a cerca de 20 quilômetros de Kiev, um bombardeio causou um incêndio em um armazém de produtos congelados.
Um prédio administrativo também foi atingido por um ataque aéreo na capital, segundo o Ministério da Administração Interna da Ucrânia. Até o momento, não há relato de vítimas nos casos.
Em comunicado, a administração regional de Kiev disse que "os invasores continuam acumulando tropas e equipamentos, bombardeando conjuntos habitacionais e infraestruturas críticas". "Alarmes constantes de um possível ataque aéreo em quase toda a região. Grupos estão lutando em todos os distritos da região de Kiev."
Em Chernihiv, o chefe da administração regional, Vyacheslav Chaus, diz que a cidade está sem eletricidade, gás, água e aquecimento após ataques à infraestrutura da cidade.
"Pessoas pacíficas estão morrendo, muitas ficaram feridas. O inimigo ataca onde os militares não estão e não estavam. Hoje o inimigo atacou o Hotel Ucrânia. Não há mais hotel, mas há a Ucrânia", disse.
Sem alerta
Yuriy Pohulyayko, chefe da administração regional de Volynska, explicou por que os cidadãos de Lutsk não receberam o sinal de alerta sobre o ataque de ontem à cidade. Um aeródromo foi atingido por mísseis das forças russas.
"Segundo os militares, o míssil de cruzeiro é um alvo difícil para a defesa aérea. O míssil provavelmente voou baixo acima do solo e não foi detectado pelo radar, razão pela qual o sistema de alerta não funcionou", disse Pohulyayko.
Reunião de eurodeputados
A Ucrânia recebeu em Lviv, no oeste do país, a visita de eurodeputados de cinco países: Lituânia, Alemanha, Roménia, Eslováquia e Espanha. Eles se encontraram com parlamentares ucranianos.
O eurodeputado lituano Petras Austrevicius disse que o grupo não pode "deixar de responder a essas baixas civis no século 21 na Europa central". "Há duas maneiras de acabar com esta guerra: vitória coletiva ou derrota coletiva", completou.
Ivanna Klympush-Tsintsadze, presidente do Comitê de Integração da Ucrânia na UE (União Europeia), agradeceu aos seus colegas europeus o seu apoio. Ela observou que a Ucrânia aprecia o fato de eles terem ido à Ucrânia durante neste momento de conflito.
Corredores
O governo ucraniano divulgou as rotas de 14 corredores neste sábado
- De Zaporizhzhya a Mariupol haverá uma coluna com carga humanitária e ônibus para evacuação no caminho de volta
- Parto - Tokmak - Vasylivka - Kamyanske - Zaporizhzhya (Um comboio de ajuda humanitária e ônibus de evacuação deixará Zaporizhzhya)
- Gostomel - Bucha - Mykhailivka - Rubezhivka - Shpytky - Salsa - Belogorodka - Kiev
- Kozarovychi - Lutezh - Stari Petrivtsi - Novi Petrivtsi - Vyshhorod - Kiev
- Mykulychi - Nemishayeve - Vorzel - Mykhailivka - Rubezhivka - Mriya - Stoyanka - Gorenychi - Hnativka - Belogorodka - Kiev
- Andriyivka - Lypivka - Makariv - Nebelitsa - Stavyshche - Kocheriv - Korostyshiv - Hlybochytsia - Zhytomyr
- Makariv - Nebelitsa - Stavyshche - Kocheriv - Korostyshiv - Hlybochytsia - Zhytomyr
- Borodyanka - Piskivka - Malyn - Radomyshl - Zhytomyr
- Trostyanets - Sumy - Golubivka - Vilshana - Nedrigailiv - Korovyntsi - Romny - Andriyashivka - Lokhvytsia - Lubny - Poltava
- Sumy - Golubivka - Vilshana - Nedrigailiv - Korovyntsi - Romny - Andriyashivka - Lokhvytsia - Lubny - Poltava
- Lebedyn - Shtepivka - Nedrigailiv - Korovyntsi - Romny - Andriyashivka - Lokhvytsia - Lubny - Poltava
- Konotop - Shevchenkove - Khmeliv - Andriyashivka - Lokhvytsia - Lubny - Poltava
- Velyka Pisarivka - Okhtyrka - Khukhra - Kotelva - Poltava
- Krasnopillya - Verkhnyaya Syrovatka - Sumy - Golubivka - Vilshana - Nedrigailiv - Korovyntsi - Romny - Andriyashivka - Lokhvytsia - Lubny - Poltava
O governo lembra que a evacuação é gratuita e que é possível utilizar transporte particular para se juntar aos comboios nos corredores.
Risco para ISS
Moscou afirmou neste sábado (12) que as sanções ocidentais impostas após a invasão da Ucrânia pela Rússia poderiam provocar a queda da ISS (sigla em inglês para Estação Espacial Internacional). De acordo com Dmitri Rogozin, responsável da Agência espacial russa Roscosmos, o funcionamento de foguetes russos, que abastecem a ISS, ficará perturbado pelas sanções.
As penalidades impostas a Moscou pelos países ocidentais teriam impactos na parte russa que funciona principalmente para corrigir a órbita da estação. Isso poderia provocar a "amerrisagem ou aterrissagem da ISS que pesa 500 toneladas", alertou o ministro.
Zelensky diz que exército russo sofre maior perda de militares em décadas
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse hoje (12) que a baixa de militares do Exército da Rússia é a maior vista em décadas em meio ao 17º dia de conflito entre os dois países. As informações são da rede de televisão Sky News e da CNN Internacional.
A Rússia, em um raro release sobre os números de militares mortos no conflito, disse em 2 de março que 498 dos seus soldados morreram. No entanto, a Ucrânia disse no mesmo dia que seis mil militares da Rússia foram mortos na guerra.
"As tropas russas estão sofrendo grandes perdas. Poderíamos até falar agora sobre o maior golpe para as tropas russas em décadas", disse Zelensky hoje.
Rússia fecha cerco a Kiev e explosões são ouvidas
Os subúrbios de Kiev, capital da Ucrânia, foram bombardeados durante a madrugada de hoje. Em meio aos ataques, sirenes de emergência soaram por um longo período em várias regiões próximas à cidade e também em outros municípios, como Lviv, Cherasky e Kharkiv. A informação foi relatada pela emissora americana CNN. O assessor da presidência ucraniana, Mikhailo Podolyak, afirmou que a capital "está sitiada".
Uma base aérea Vasylkiv, a cerca de 30 quilômetros de Kiev, foi destruída por mísseis, onde um depósito de gasolina pegou fogo, segundo o prefeito da cidade.
Imagens de satélites revelaram que comboios russos foram reposicionados em florestas e áreas arborizadas em Lubyanka, de acordo com imagens tiradas pela Maxar Technologies, empresa de tecnologia espacial com sede em Westminster, no Colorado, nos Estados Unidos.
Em Lviv, a cidade do oeste até então considerada relativamente segura, o alarme durou duas horas, maior período desde o início da guerra, em 24 de fevereiro. A região foi despertada pelas sirenes por volta das 5h30 da manhã, no horário local (0h30, no horário de Brasília).
Novas explosões também foram ouvidas nas cidades de Nikolaev, no sul, Dnipro e Kropyvnytskyi, no centro do país, segundo relatos divulgados pela BBC Ucrânia, citando autoridades locais.
Vice-ministro da Rússia diz que fala de Biden sobre 3ª Guerra é 'escalada'
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, declarou hoje (12) que a fala do presidente norte-americano, Joe Biden, sobre uma possível Terceira Guerra Mundial representa uma tentativa de escalada dos EUA no conflito na Ucrânia. Para o diplomata, os EUA tentam impor a agenda deles a toda a comunidade internacional. As informações são da TASS, agência de notícias da Rússia.
Rebatendo a fala do presidente norte-americano, Ryabkov declarou que o seu país não está realizando medidas que apresentem uma escalada da guerra, mas destacou que isso ocorre do lado dos EUA. "Estou chamando sua atenção para o fato de que não estamos tomando nenhuma medida, seja verbal — na forma de declarações — ou qualquer outra coisa, que possa ser considerada uma escalada", disse Ryabkov ao canal de televisão Channel One.
Zelensky pede ajuda da França e Alemanha para libertar prefeito sequestrado
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu ao presidente francês, Emmanuel Macron, e ao chefe de governo alemão, Olaf Scholz, ajuda hoje para libertar o prefeito de Melitopol, que segundo as autoridades ucranianas foi sequestrado no dia anterior pelos militares russos. Mais cedo, ele disse que a Rússia sofreu sua maior perda militar em décadas.
"Durante a noite e hoje, conversamos com nossos parceiros sobre a situação do nosso prefeito. Nossa demanda é clara: ele tem que ser solto imediatamente [...] Já telefonei para o chanceler Olaf Scholz. Falei com o presidente Emmanuel Macron [...], falarei com quem for preciso para libertar nosso povo", disse Zelensky em um vídeo divulgado pela presidência ucraniana.
Putin acusa Ucrânia de 'violações flagrantes' do direito humanitário
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou hoje as forças ucranianas de "violações flagrantes" do direito humanitário e pediu a seu colega francês Emmanuel Macron e ao chanceler alemão Olaf Scholz que pressionem Kiev a acabar com elas.
Durante um telefonema com seus dois homólogos, Putin mencionou "assassinatos extrajudiciais de opositores", "tomada de reféns civis" e seu "uso como escudo humano", bem como a "distribuição de 'armas pesadas' em áreas residenciais, perto de hospitais, escolas e creches', de acordo com um comunicado do Kremlin.
"Em relação às questões levantadas pelos seus interlocutores sobre a situação humanitária na área da operação militar especial para proteger Donbass, Vladimir Putin informou-os sobre a situação real", disse Moscou.
Ataques russos à Ucrânia já mataram 69 crianças, diz Zelensky
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que 69 crianças já morreram por conta dos ataques russos ao país.
"Nossas crianças não podem ter medo de morrer", afirmou ele, num discurso transmitido para manifestantes italianos neste sábado (12).
No discurso, Zelensky reforçou o vínculo entre Ucrânia e União Europeia. "Essa guerra não é contra nós, mas contra os valores comuns a nós", disse ele.
Biden autoriza repasse de US$ 200 mi à Ucrânia para compra de novas armas e treinamento militar
O presidente norte-americano, Joe Biden, autorizou neste sábado o repasse de 200 milhões de dólares em armas e outras ajudas à Ucrânia, informou a Casa Branca, enquanto autoridades ucranianas disseram que os fortes bombardeios das forças russas estava ameaçando a retirada de civis.
A decisão leva o total de auxílio dos EUA à segurança da Ucrânia ao longo do último ano a 1,2 bilhão de dólares, afirmou uma autoridade sênior do governo.
(*Com AFP, Reuters e RFI)
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