Menino que retirou 2º pênis nasceu sem ânus; médicos construíram orifício

O menino do Uzbequistão que nasceu com dois pênis e fez uma cirurgia para a retirada de um deles ainda teve outra particularidade na recomposição de seus órgãos: ele precisou de uma construção de um ânus, para formar seu aparelho excretor, uma vez que ele nasceu sem.

O menino não identificado, vive na capital do país, Tashkent, e conviveu com os dois pênis por sete anos, sem desconforto físico. Os médicos dizem que ele foi capaz de urinar por ambos os pênis, que eram "totalmente funcionais" e "estruturalmente normais", e que agora foram unidos no eixo.

Relacionadas

Mãe diz que olho 'saltou da órbita' devido ao esforço no trabalho de parto

Pedaço de gelo cai 'do céu' em NY e pedestre se safa por um triz; veja

Fóssil de polvo de 10 braços ganha nome em homenagem a Biden; saiba por quê

Exames pré-operatórios revelaram que a bexiga e os rins do menino estavam "normais", assim como as duas uretras que vão da bexiga até cada pênis permaneciam funcionais. Eles descobriram ainda que a criança havia nascido sem ânus - o que foi visto em outros bebês com pênis duplos.

O ânus do menino teve que ser construído assim que ele nasceu. O caso foi relatado na revista Science Direct. Não fica claro na publicação por que os médicos, ao construírem o ânus, também não fizeram a cirurgia de correção do pênis.

Essa anomalia biológica, chamada difalia, tem incidência rara, ocorrendo uma vez a cada 5 ou 6 milhões de habitantes. O menino foi encaminhado para uma clínica especializada, onde foi submetido a um delicado procedimento de retirada do falo esquerdo. Apesar de sua condição representar um "grande desafio cirúrgico", ele se recuperou completamente em poucas semanas.

As pesquisas médicas ainda não revelaram exatamente como a difalia ocorre e não há um único fator de risco conhecido, mas acredita-se que aconteça por acaso quando a genitália se desenvolve no útero.

Os pacientes podem apresentar difalia completa, quando ambos os pênis estão bem desenvolvidos, ou difalia parcial, quando um pênis é menor ou deformado. Neste caso, o menino tinha difalia completa. Os médicos disseram que isso tornou a cirurgia ainda mais desafiadora.

Durante a operação, o pênis esquerdo e a uretra do paciente foram removidos e o jato de urina da criança teve que ser redirecionado apenas para o lado direito. Um cateter foi colocado por 21 dias, enquanto o menino se recuperava no hospital. Mais de dois meses depois do procedimento, ele já usa o banheiro normalmente.

Primeiro caso de difalia foi registrado em 1609

Apesar de rara, a difalia é um problema que se conhece há séculos. O primeiro caso da anomalia foi registrado em 1609. Desde então, foram reportados pouco mais de 100 casos.

A condição está associada a outras anormalidades, incluindo nascer com dois sacos escrotais. A criança também pode nascer com dois ânus ou até mesmo com nenhum.

Há também um risco maior de espinha bífida, uma condição congênita do desenvolvimento que faz com que alguns vertebrados que protegem a medula espinhal não se formem completamente e permaneçam abertos.

Na maioria dos casos, os pênis são do mesmo tamanho e ficam lado a lado. Em alguns homens, o pênis menor fica acima do maior. Um homem com dois pênis pode urinar ou ejacular por um ou por ambos, de acordo com relatos.