Macron volta a falar com Putin e Zelensky e pede 'negociações de boa fé'
Do UOL, em São Paulo
22/03/2022 18h22Atualizada em 22/03/2022 18h54
O presidente da França, Emmanuel Macron, voltou a falar hoje com os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou a agência de notícias EFE. Como nas conversas anteriores, o papo foi ao telefone e sobre a guerra entre os dois países do leste europeu.
"No momento, não há acordo, mas o presidente (Macron) está convencido da necessidade de continuar com esses esforços (negociadores). Não há outra solução senão um cessar-fogo e negociações de boa fé por parte da Rússia. O presidente está com a Ucrânia", informou o governo francês, em breve comunicado divulgado à imprensa, segundo a EFE.
Mais cedo, Zelensky disse estar pronto para discutir com Putin uma saída para o conflito. O presidente ucraniano disse esperar que o líder russo concorde negociar diretamente com ele, incluindo questões ligadas à Crimeia (anexada em 2014) e à Donbass (região separatista reconhecida apenas por Moscou), mas com "garantias de segurança".
"A dupla continuou a troca substantiva de pontos de vista sobre a situação em torno da Ucrânia, inclusive sobre o processo de negociação em andamento entre representantes russos e ucranianos", disse comunicado divulgado pelo governo da Rússia, segundo agência de notícias Interfax, sobre a conversa entre Macron e Putin.
A última vez que Macron e Putin haviam se falado foi na quarta-feira (16) da semana passada, quando o chefe do Kremlin disse que as forças ucranianas são culpadas de "vários crimes de guerra" e que as tropas russas estão fazendo "todo o possível" para evitar mortes de civis no país vizinho.
Na quinta-feira (17), Macron conversou com Zelensky, quando eles debateram o apoio francês aos ucranianos e o diálogo pela paz com o governo da Rússia.
27 dias de guerra
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia chegou ao 27º dia hoje com novos bombardeios contra a cidade portuária de Mariupol, que sofre com o desabastecimento de água, alimentos e energia elétrica desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.
Mariupol é considerada uma cidade estratégica para a Rússia pois criaria um corredor terrestre entre a península da Crimeia e as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk —que são apoiadas pelo governo de Moscou.
Em entrevista a uma emissora dos Estados Unidos, um parlamentar ucraniano acusou a Rússia de tentar matar de fome as pessoas que estão em Mariupol. Na cidade de 450 mil habitantes, apenas 20 mil conseguiram fugir após a abertura de corredores humanitários.