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Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


"Relação à beira da ruptura": veja as ameaças trocadas entre EUA e Rússia

Biden e Putin já trocaram fortes ameaças desde o início da Guerra - Jim Watson/AFP; Grigory Dukor/Pool
Biden e Putin já trocaram fortes ameaças desde o início da Guerra Imagem: Jim Watson/AFP; Grigory Dukor/Pool

Alexandre Santos

Colaboração para o UOL

22/03/2022 12h32

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia chegou ao 26º dia sem avanços significativos nas negociações de paz. Enquanto Moscou acusa Kiev de criar obstáculos com propostas inaceitáveis, o governo ucraniano diz que, embora esteja aberto ao diálogo para um possível fim do conflito, não aceitará as condições impostas até aqui pelo Kremlin - dentre as quais a de desmilitarizar o seu país.

"A Ucrânia não pode aceitar nenhum ultimato da Rússia. Primeiro terão que destruir a todos nós. Só então seus ultimatos serão respeitados", afirmou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em entrevista a um veículo de imprensa estatal. A declaração foi dada um dia após as tropas russas apertarem o cerco contra a cidade portuária de Mariupol. O município descarta rendição.

Até agora, ao menos 925 civis já morreram por causas diretamente relacionadas ao embate, segundo balanço da ONU (Organização das Nações Unidas). Outras 1.496 pessoas ficaram feridas em meio à ofensiva russa.

Em paralelo, Rússia e Estados Unidos voltaram a tensionar relações diplomáticas diante de recentes declarações de Joe Biden a respeito de Vladimir Putin.

Na última semana, Biden chamou o líder russo de "ditador assassino" e de "criminoso de guerra" por seus ataques à Ucrânia.

Nesta segunda (21), em reação às falas do presidente americano, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia convocou o embaixador dos Estados Unidos em Moscou e disse que as relações entre os dois países estão "à beira de uma ruptura".

Veja ameaças trocadas entre EUA e Rússia desde o início da guerra.

  • "A Rússia sozinha será a responsável por perdas catastróficas de vidas perdidas e sofrimento humano."

A afirmação foi feita por Joe Biden no dia 24 de fevereiro, nas primeiras horas em que a Rússia colocava em curso sua invasão à Ucrânia. Ao condenar a investida, o presidente americano disse que Putin seria o responsável por mortes no que chamou de ataque "premeditado e injustificado".

Na ocasião, Biden também disse que coordenaria com aliados da Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte) uma resposta "unida e forte" às ações russas.

  • "Como eu já deixei claro, os Estados Unidos vão defender cada milímetro do território nativo com força total de poder americano [...] Um ataque a um é um ataque a todos."

Joe Biden, durante pronunciamento em 24 de fevereiro, quando anunciou sanções à Rússia e confirmou um encontro com líderes de 30 nações aliadas e parceiros para mapear os próximos passos a serem tomados.

  • "Ele [Putin] rejeita esforços de diplomacia. Pensou que o Ocidente e a Otan não responderiam. E pensou que poderia nos dividir aqui em casa. Putin estava errado. Estamos prontos. Putin está mais isolado no mundo do que nunca."

Joe Biden, em discurso no Congresso dos EUA, em 1º de março.

  • "Os EUA estão preparados para defender cada centímetro do território da aliança. Um ataque contra um é um ataque contra todos."

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, fez a declaração no dia 10 de março, durante uma visita à Polônia, membro da Otan.

  • "Não se enganem sobre a ideia de que mandaríamos ofensiva militar, aeronaves, tanques, pilotos e equipes americanas para a Ucrânia. Se isso acontecer, será a Terceira Guerra Mundial. Vamos deixar isso bem claro, por favor, não se enganem."

Joe Biden, no dia 11 de março, ao alertar que os EUA não enviaram tropas terrestres para a Ucrânia a fim de evitar um conflito em escala global.

  • "Criminoso de guerra."

Sem citar nominalmente Putin, Joe Biden o chamou de "um criminoso de guerra" em declaração a jornalistas no dia 16 de março.

  • "Consideramos inaceitável e imperdoável semelhante retórica por parte de um chefe de Estado, cujas bombas mataram centenas de milhares de pessoas em todo o mundo."

Resposta de Dmitri Peskov, porta-voz da Presidência russa, às palavras de Biden.

  • "No caso de ausência de disposição da parte americana de negociar garantias firmes e legalmente vinculantes para assegurar nossa segurança [?], a Rússia se verá obrigada a reagir, também mediante a adoção de medidas de natureza técnico-militar."

Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em 17 de março, ao criticar a decisão americana de financiar a entrega do material bélico ao governo ucraniano.

  • "Rússia ameaça desestabilizar as Américas."

Declaração dada em 16 de março por Brian Nichols, chefe da diplomacia americana, acerca de suposta ameaça feita pela Rússia.

  • "Não vai funcionar. A Rússia tem o poder de colocar todos os nossos inimigos impetuosos em seu lugar."

Afirmação feita em 18 de março por Dmitry Medvedev, ex-presidente da Rússia (2008 a 2012) e hoje secretário-adjunto do Conselho de Segurança do país, ao rechaçar que EUA alimentam uma russofobia "nojenta", referindo-se a sanções impostas por Biden.

  • "Tais declarações do presidente americano, indignas de um estadista de tão alto escalão, colocam as relações russo-americanas à beira da ruptura."

Após Biden se referir a Putin como "criminoso de guerra", o Ministério das Relações Exteriores da Rússia direcionou nesta segunda (21) comunicado ao embaixador norte-americano John Sullivan.