Executiva e pesquisadora: como as filhas de Putin ajudariam o governo russo
As duas filhas adultas do presidente russo, Vladimir Putin, sofreram nesta quarta-feira (6) sanções econômicas dos Estados Unidos e estão na mira da União Europeia. Segundo a Casa Branca, elas escondem a riqueza do líder em meio à invasão russa da Ucrânia.
Katerina Vladimirovna Tikhonova, de 35 anos, e Maria Vladimirovna Vorontsova, 36, são filhas de Putin com Lyudmila Shkrebneva e as únicas que ele assume publicamente —há rumores de que ele tem outros quatro filhos.
A Casa Branca descreveu Katerina como uma "executiva do setor de tecnologia cujo trabalho serve ao governo russo e à indústria de defesa" e Maria como a administradora de "programas financiados pelo estado que receberam bilhões de dólares do Kremlin", voltados à pesquisa genética e pessoalmente supervisionados por Putin.
Ao justificar as sanções, uma autoridade do governo americano disse a jornalistas que elas podem estar controlando parte dos investimentos do pai.
"Temos razões para acreditar que Putin e muitos de seus comparsas escondem sua riqueza e seus bens com membros da família, e colocam no sistema financeiro dos EUA ou em outros lugares do mundo", disse o funcionário. "Por isso que estamos mirando neles."
No entanto, sabe-se muito pouco sobre as duas filhas.
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A mais velha, Maria Vorontsova, estudou biologia na Universidade de São Petersburgo e medicina na Universidade Estatal de Moscou. Hoje ela trabalha como pesquisadora especialista no sistema endócrino e é citada como integrante do Centro de Pesquisa Endocrinológica da capital russa.
Em 2019, Maria concedeu uma rara entrevista ao canal de TV estatal Russia 1, na qual afirmou que era uma das proprietárias e executiva da empresa Nomeko, especializada em pesquisa sobre câncer.
A companhia, com sede em São Petersburgo, era, até então, um dos principais investimentos privados em saúde na Rússia e estava construindo um grande centro de medicina.
Ela é casada com o empresário holandês Jorrit Joost Faassen, que já trabalhou na estatal russa de energia Gazprom, empresa com forte ligação com Putin.
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A outra filha, Katerina Tikhonova, casou com Kirill Shamalov, filho de um amigo de longa data de Putin, que foi sancionado pelos EUA em 2018 por seu papel no setor de energia russo. Segundo o Tesouro americano, a fortuna do empresário cresceu vertiginosamente após o casamento. Hoje, porém, os dois estariam separados.
Ela formou-se pela Universidade Estatal de Moscou em Estudos Asiáticos e tem mestrado em física e matemática.
Ela conquistou progresso rápido desde seu bacharelado e, de acordo com o site da universidade, tornou-se parte do corpo docente da Escola de Mecânica e Matemática. É citada como autora, em companhia de outros acadêmicos, de um livro didático de matemática e de pelo menos seis estudos científicos. Os temas incluem estudos sobre medicamentos e viagens espaciais; um deles é descrito como um estudo sobre a maneira pela qual o corpo humano reage à gravidade zero.
No passado, uma investigação de documentos públicos feita pela Reuters mostrou que a filha mais jovem do presidente assinou contratos com organizações estatais para trabalhos de organizações que ela dirigia na universidade. Os valores eram milionários, mas não existe indicação de que ela tenha extraído ganhos financeiros pessoais disso.
Katerina detinha uma posição elevada na hierarquia da universidade e ajudava na direção de um plano de US$ 1,7 bilhão para a expansão de seu campus. Foi diretora de duas iniciativas: a Fundação Nacional para o Desenvolvimento Intelectual (FNDI) e o Centro Nacional de Reserva Intelectual (CNRI).
As duas organizações criaram e dirigem um projeto chamado Innopraktika, na universidade, comandado por ela, que patrocina e apoia jovens cientistas e tem uma longa lista de consultores e parceiros próximos a Putin, ligados às gigantes estatais da tecnologia, da operação de gasodutos e do petróleo.
A fundação Innopraktika estaria ainda por trás do desenvolvimento de aplicativo semelhante ao TikTok, a ser lançado pela Gazprom-Media, principal holding de mídia da Rússia.
Segundo o CEO Alexander Zharov, a Gazprom-Media, da gigante estatal de energia Gazprom, comprou um serviço chamado "Ya Molodets" ("Sou genial") e usaria o software "para acelerar a criação de um novo serviço de vídeo para blogueiros russos." (Com agências internacionais)
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