Topo

Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


Esse conteúdo é antigo

Putin pediu desculpas por fala de chanceler sobre Hitler, diz Israel

O chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou em entrevista que Adolf Hitler tinha origens judaicas - Sputnik/Sergey Guneev/Kremlin via Reuters
O chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou em entrevista que Adolf Hitler tinha origens judaicas Imagem: Sputnik/Sergey Guneev/Kremlin via Reuters

Do UOL*, em São Paulo

05/05/2022 14h57

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu desculpas ao primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, pelos comentários de seu ministro das Relações Exteriores, que afirmou que Adolf Hitler tinha "sangue judeu". A informação foi publicada hoje pelo gabinete do premiê.

Após receber uma ligação de Putin, Bennett aceitou o pedido de desculpas e agradeceu ao russo por "esclarecer sua posição sobre o povo judeu e a memória do Holocausto".

No último domingo, o chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou em entrevista que Adolf Hitler tinha origens judaicas. Ele foi questionado sobre como a Rússia justificaria a guerra com a Ucrânia, dizendo querer "desnazificar" o país, se o presidente do país, Volodymyr Zelenskiy, é judeu.

"Quando eles dizem 'que tipo de nazificação é essa se somos judeus', bem, acho que Hitler também tinha sangue judeu, então isso não significa nada", disse Lavrov, falando por meio de um intérprete italiano. "Há muito tempo ouvimos o sábio povo judeu dizer que os maiores antissemitas são os próprios judeus".

A fala foi condenada pelo governo de Israel, que acusou Lavrov de antissemitismo e de menosprezar o Holocausto.

"Essas mentiras pretendem acusar os próprios judeus dos crimes mais horríveis da história que foram cometidos contra eles", disse Bennett em comunicado após as declarações. "O uso do Holocausto do povo judeu para fins políticos precisa parar imediatamente."

Na ligação com Putin, Bennett disse que pediu a ele que considerasse permitir a retirada de pessoas da siderúrgica Azovstal, na cidade de Mariupol. O local está sitiado há dias.

O israelense disse que fez o pedido após uma conversa anterior com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, e que Putin prometeu criar um corredor para a retirada de civis.

*Com informações da AFP e da Reuters