Paraguai procura crianças alemãs sequestradas por pais antivacina da covid
Duas meninas alemãs foram sequestradas e levadas para o Paraguai na companhia de dois adultos, que já haviam perdido a guarda das crianças. O casal, formado por Andreas Rainer Egler, pai de Clara Magdalena Egler, 10, e Anna Maria Egler, mãe de Lara Valentina Blank, 11, entrou no país em novembro do ano passado com as meninas, sem o consentimento dos outros pais biológicos. A suspeita é de que eles são negacionistas da vacina da covid-19 e fugiram para viver em comunidades que seguem suas crenças.
"Provavelmente pretendiam morar em alguma comunidade antivacina no interior do país. Eles pertencem a grupos negacionistas da covid-19", relatou a CDIA, (Coordenadoria dos Direitos da Criança e do Adolescente), organização sem fins lucrativos que vem auxiliando na busca.
"Ela adora estar com os amigos, sempre precisa de amigos para fazer suas acrobacias", disse Anne Maja Reiniger-Egler, mãe de Clara, em entrevista coletiva em Assunção, capital do Paraguai, para onde viajou para procurar a filha. Na segunda-feira (30), em audiência no Ministério Público, ela chorou diante das câmeras ao pedir ao povo paraguaio que a ajudasse a encontrar sua filha.
A mãe de Clara veio ao Paraguai pela primeira vez em fevereiro, com seu atual marido e com Filip Blank, pai de Lara. Eles iniciaram uma busca pelas crianças no Paraguai, sem sucesso até agora.
Enquanto isso, processos judiciais e criminais foram iniciados em ambos os países, incluindo um pedido de extradição de Andreas Rainer Egler e Anna María Egler, que são requeridos pela justiça alemã "pelo ato punível de sequestro de pessoas", segundo o CDIA. As autoridades paraguaias também emitiram um "alerta vermelho" para sua prisão, segundo informaram autoridades policiais.
Os tribunais alemães retiraram a custódia de Andreas Rainer Egler e Anna María Egler e concederam autoridade parental exclusiva a Anne Maja e Filip, respectivamente.
Inicialmente, o casal em fuga teria procurado se estabelecer em um bairro alemão localizado perto de La Colmena, no interior do Paraguai, a cerca de três horas de carro da capital. São comunidades alemãs, algumas delas estabelecidas há muitas décadas, e que atualmente estão crescendo devido aos recém-chegados que aproveitam a frouxidão das leis paraguaias para evitar a vacinação ou se esconder das leis de seu país de origem.
Segundo o portal internacional de notícias El País, as autoridades também não descartam a possibilidade de Andreas e Anna Maria fugirem com as meninas para outras áreas ou cruzarem ilegalmente a fronteira do Paraguai para o Brasil ou Argentina.
Durante a pandemia, a Alemanha se tornou a nação europeia com o maior número de expatriados no Paraguai. Eles já são a terceira maior comunidade imigrante do país, atrás de brasileiros e argentinos. Pelo menos 1.644 alemães concluíram seu processo de imigração no Paraguai em 2021, conforme relatado pela Diretoria de Migração. Isso é quase o triplo do número de 2020.
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