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Primeiro-ministro italiano apresenta renúncia, mas presidente não aceita

Primeiro-ministro da Itália Mario Draghi anunciou renúncia ao cargo - REUTERS/Johanna Geron
Primeiro-ministro da Itália Mario Draghi anunciou renúncia ao cargo Imagem: REUTERS/Johanna Geron

Do UOL*, em São Paulo

14/07/2022 14h19Atualizada em 14/07/2022 15h54

A Itália vive hoje mais um dia de crise política. O primeiro-ministro, Mario Draghi, anunciou que entregará seu pedido de demissão ao presidente Sergio Mattarella na noite de hoje após a ruptura de uma coalizão de união nacional no parlamento italiano. Mas o chefe de Estado já emitiu um comunicado no qual afirma que não aceitará a renúncia do premiê.

Mattarella "não aceitou a renúncia e convidou o primeiro-ministro a se apresentar novamente perante o Parlamento", diz um comunicado do gabinete do palácio presidencial.

O pedido de demissão de Draghi era esperado caso o Movimento 5 Estrelas (M5S), parte da coalizão, boicotasse um "voto de confiança" previsto no Senado hoje.

A votação em questão diz respeito a um pacote bilionário de ajudas financeiras contra a inflação para famílias e empresas, porém o M5S é contra o texto devido a um artigo que permite a construção de uma usina de energia de resíduos em Roma, projeto ao qual o movimento sempre se opôs.

A maioria do Parlamento concedeu o voto de confiança em relação ao projeto, uma vitória para Draghi. Tais moções de confiança em projetos de lei governamentais visam garantir a coesão dos partidos aliados.

Mas o posicionamento do M5S gerou uma crise na coalizão de governo, que perde assim a maioria para governar. Mario Draghi tinha dito nesta semana que seu governo não poderia continuar sem o apoio do M5S e descartou liderar uma coalizão com composição diferente.

Draghi, economista de prestígio e ex-presidente do Banco Central Europeu, foi convidado em fevereiro de 2021 por Sergio Mattarella para liderar uma coalizão heterogênea que reúne quase todos os partidos representados no Parlamento. A única exceção é o partido de extrema-direita Irmãos da Itália (FdI), que permaneceu na oposição.

*Com informações de DW, AFP e Reuters