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EUA: Deputado filho de brasileiros faz gesto associado à supremacia branca

5.jan.2023 - George Santos fez gesto durante discurso em discussões para eleição da Câmara, nos EUA - Win Mcnamee/Getty Images via AFP
5.jan.2023 - George Santos fez gesto durante discurso em discussões para eleição da Câmara, nos EUA Imagem: Win Mcnamee/Getty Images via AFP

Do UOL, em São Paulo

08/01/2023 11h42Atualizada em 08/01/2023 12h03

O republicano George Santos fez o gesto durante uma sessão na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, na quinta-feira (5), durante discussões sobre a eleição do presidente da Casa.

Uma foto mostra o parlamentar fazendo um "ok" com os dedos, símbolo que foi cooptado por supremacistas brancos. Os três dedos levantados e o círculo feito com o indicador e o polegar representam "W" e "P", as primeiras letras para "white power" (poder branco, em português).

O gesto já foi classificado como "uma verdadeira expressão da supremacia branca" pela Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês), organização dos Estados Unidos que monitora crimes de ódio.

A liga, no entanto, faz a ressalva de que, na maior parte das vezes, o seu uso ainda indica aprovação ou que algo está bem.

Santos não comentou o uso do símbolo na quinta-feira. Segundo o jornal The New York Post, sua equipe não respondeu às ligações feitas pela reportagem.

O deputado admitiu ter inventado sua biografia e é investigado nos Estados Unidos e no Brasil. Ele tem 34 anos e foi o primeiro republicano gay assumido a ser eleito para o Congresso. As revelações sobre o currículo dele foram publicadas pelo jornal The New York Times.

  • Durante sua campanha, Santos disse que trabalhou no Goldman Sachs e no Citigroup, dois grandes bancos de investimento. Em entrevista concedida após a reportagem, ele acabou confessando que "nunca trabalhou diretamente" para nenhuma das empresas.
  • Ele também admitiu que não foi para a faculdade, apesar de afirmar anteriormente ter se formado no Baruch College, uma prestigiosa instituição de ensino de Nova York, em 2010.

Estou constrangido e arrependido por ter enfeitado meu currículo Admito isso... Fazemos coisas estúpidas na vida" George Santos sobre mentiras na biografia

Além disso, outra reportagem do The New York Times levantou dúvidas sobre como Santos conseguiu fornecer US$ 700 mil (cerca de R$ 3,6 milhões) para sua campanha, após declarar em 2020 que ganhava US$ 55 mil por ano, o equivalente a R$ 287 mil.

O deputado ainda é acusado no Brasil de ter usado um talão de cheques roubado para fazer compras de mais de R$ 2 mil em uma loja em 2008. O Ministério Público do Rio anunciou a reabertura da antiga investigação por estelionato —o caso havia sido arquivado porque os investigadores não conseguiram localizar Santos.