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Brasil prevê abate de objetos voadores não-identificados, diz especialista

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/02/2023 13h43

No UOL News, a professora da Escola Superior de Guerra Mariana Kalil afirmou que, no Brasil, existe uma lei de abate prevendo que um objeto voador não-identificado pode ser derrubado. E que isso pode acontecer em caso de invasão do espaço aéreo.

Caso entre no espaço aéreo brasileiro um objeto voador não-identificado, ou uma aeronave que não esteja na frequência das torres de controle e não se identifique".

Apesar do avanço da tecnologia e dos radares, a professora considera que esses objetos podem ser mais difíceis de detectar. Ela também citou a importância da cooperação internacional nestes episódios.

Mais frequente e mais fácil de detectar o lançamento, porque a gente consegue ter radares mais sensíveis para identificar essas transposições de fronteira. A ideia é que haja cooperação internacional para diminuir a intensidade das ameaças e dos conflitos para não haver a violação do espaço aéreo dos países".

Dá para descartar 200% que óvnis sejam extraterrestres, diz astrônomo

Em participação no programa, o astrônomo do Inmetro e coordenador do projeto EXOSS de pesquisa de meteoros brasileiro Marcelo de Cicco afirmou que é "200% descartável" a hipótese de que os óvnis derrubados pelos Estados Unidos sejam extraterrestres.

A gente está assistindo uma espécie de histeria coletiva de achar que estamos sendo invadidos por alguma conspiração extraterrestre, mas, na verdade, pelo que li e vi, é extremamente humano. Não tem nada que seja fora do contexto da tecnologia humana, muito pelo contrário".

Mariana Kalil também classificou como "absolutamente humano" o fenômenos dos objetos aéreos não identificados.

A gente tem um nome para isso que não é objeto voador não-identificado. A gente está tratando como objeto voador não-identificado porque ainda não se sabe, pelo menos oficialmente e publicamente, qual é o tipo de objeto voador que a gente está observando, se é um drone ou é outro tipo de fenômeno. Me parece muito claro que é um veículo aéreo não tripulado".

De Cicco não descarta a hipótese de os objetos serem balões meteorológicos desgarrados, pois a região do norte, próxima ao polo do Canadá tem diversas estações meteorológicas.

O formato deles vai de acordo com a tecnologia cada vez mais avançada que a gente tem à disposição. Não fazem nenhum movimento errático ou movimentos em 90º, são objetos que estão vindo conforme o vento. Claramente são objetos que estão ali para algum tipo de medição".

Óvnis abatidos pelos EUA têm caráter geopolítico, diz professora

Durante o programa, a professora da Escola Superior de Guerra não descartou a ideia de que os óvnis derrubados pelos Estados Unidos estavam mapeando território.

Minha hipótese é que a gente tem uma tecnologia de mapeamento de território chinesa, que é o BDS, distinta do GPS, distinto do Glonass, distinto do Galileu e a gente pode ter uma tentativa de mapeamento de território no sentido de uma espionagem mesmo. Existem muitas hipóteses, os norte-americanos já descartaram algumas e estão próximos de identificar a procedência desses objetos".

Mariana também aponta que os objetos podem ser de empresas.

É interessante notar que podem ser objetos de empresas ou indivíduos, mas não podemos descartar não haver patrocínio desses países, como a própria Rússia. Me parece claramente que é um fenômeno humano, de origem trivial ou de uma ameaça de baixa proporção da China, ou da Rússia".

Quatro óvnis (objetos voadores não identificados) apareceram desde sexta (10) nos Estados Unidos, Canadá e China, segundo relatos de autoridades locais. Ao menos três deles foram abatidos.

As ações ocorrem uma semana depois de os Estados Unidos derrubarem um balão chinês, que dizem ser de espionagem. Os incidentes indicam uma nova disputa de versões entre duas das maiores potências mundiais.

Os casos nos últimos três dias foram:

Os casos fizeram com que os Estados Unidos fechassem ontem temporariamente o espaço aéreo sobre o Lago Michigan, no norte do país, por motivo de "defesa nacional".

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