Guerra do PCC ou vingança: o que pode estar por trás de morte no Paraguai
A polícia paraguaia investiga duas possíveis motivações para o assassinato de Ederson Salinas Benitez, 33, apontado como um dos líderes do PCC no país vizinho. No último sábado (25), o paraguaio foi atingido por mais de 30 tiros no estacionamento de um supermercado na capital Assunção, conforme flagraram câmeras de vigilância.
O que está sendo investigado
- Disputa por poder no PCC. A principal hipótese é a de que o crime esteja relacionado com uma disputa dentro da facção criminosa brasileira pelo controle do tráfico no Paraguai.
- Acerto de contas. O traficante era suspeito de envolvimento na chacina que deixou quatro mortos na saída de uma casa noturna em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil, em outubro de 2021. A polícia também investiga uma possível vingança.
Uma pessoa foi presa ontem por suspeita de participação no crime.
A briga pelo controle do PCC ganhou força em fevereiro de 2019, após a Polícia Federal prender Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro. Até então, ele era o homem escolhido pela facção para impor o terror e acirrar a disputa pelo controle do narcotráfico na fronteira.
Benitez poderia assumir comando do PCC. Conhecido como "Ryguasu", o paraguaio passou a ser apontado pelas autoridades como uma das lideranças da facção no país vizinho.
Há uma briga interna por poder na facção. Ele [Benitez] seria o possível sucessor do Minotauro, e isso pode ter gerado uma crise. A fronteira com o Paraguai é estratégica para o PCC pelo grande fluxo de drogas
Ivana David, desembargadora do TJ-SP
Quem era Ryguasu?
Benitez escapou de outros dois atentados. O último deles ocorreu em março do ano passado, quando a casa onde ele morava foi atingida por mais de 300 disparos de arma de fogo. Ninguém se feriu no ataque.
Suspeito de encomendar morte de jornalista brasileiro. O traficante paraguaio também era investigado pelo assassinato do jornalista brasileiro Lourenço Veras, em fevereiro de 2020.
Na época, Benitez havia sido detido após uma briga de trânsito em Ponta Porã (MS), próximo à fronteira com o Paraguai. Ele chegou a ser condenado por porte ilegal de arma e falsidade ideológica, pois portava documento com outro nome —o paraguaio foi levado a uma penitenciária em Dourados (MS).
De acordo com as investigações, a verdadeira identidade foi revelada aos policiais por Veras. O jornalista foi morto a tiros em sua casa, em Pedro Juan Caballero, quando jantava com a família.
No mês seguinte, o paraguaio foi liberado após pagar fiança. Até então, ele não era suspeito de envolvimento no assassinato de Veras.
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