Topo

Esse conteúdo é antigo

Família diz que Begoleã relatava medo antes de crime: 'pessoas tão sumindo'

Família e amigos de Alan acreditam que Begoleã teve alucinações no dia do assassinato e dizem ser impossível Alan ter matado marroquino em seu trabalho. - Reprodução
Família e amigos de Alan acreditam que Begoleã teve alucinações no dia do assassinato e dizem ser impossível Alan ter matado marroquino em seu trabalho. Imagem: Reprodução

06/03/2023 13h59Atualizada em 06/03/2023 15h56

A mãe e o irmão de Begoleã Fernandes, preso com carne humana em um aeroporto em Lisboa, afirmou que ele vivia uma rotina de medo e relatava desaparecimento de pessoas, mas dizia não poder dar detalhes. As informações são do programa Fantástico, da TV Globo.

O que diz a família:

  • Begoleã teria contado já ter sido atacado por alguém com uma "injeção no peito", que o teria feito acordar sem forças. O jovem de 26 anos não deu mais detalhes para os familiares, que teria oferecido uma passagem de volta ao Brasil para que ele pudesse se tratar;
  • A mãe, Carla Roberta Fernandes, reproduziu uma conversa com o filho em que dizia: "Eu não posso te falar, que vai ser muito difícil explicar". "Aqui, as pessoas tão sumindo e eu tô com medo", completou o irmão, Petrônio Fernandes, como o máximo de detalhes que Begoleã teria dado à família;
  • Begoleã passou por um período depressivo na adolescência, contou a genitora. Ele ficava recluso em casa, passando muito tempo na internet, sem interesse por atividades como musculação ou dança, até que conheceu as artes marciais e largou o curso de odontologia para tentar ser lutador em Amsterdã;
  • Após o assassinato, Begoleã fez uma chamada de vídeo com a família. Ele teria afirmado que, durante um jantar, Alan mostrou um vídeo de um homem marroquino sendo esquartejado no açougue em que trabalhava e disse que a carne que estava sendo servida era humana;

Tese de canibalismo

  • A mãe e a irmã de Alan Lopes, morto em Amsterdã, acreditam que Begoleã teve alucinações no dia do ocorrido. "Ele pode ter tido um estado psicótico, imaginou e passou a acreditar naquilo", disse a irmã;
  • Uma amiga do açougueiro afirmou que seria "impossível" Alan esquartejar alguém no ambiente de trabalho. Para ela, a acusação feita por Begoleã não faz sentido pois "o patrão dele estava sempre presente e ele não tinha liberdade de estar lá dentro sozinho";
  • Depoimento de Begoleã teria detalhes conflitantes. À família, ele disse que Alan teria se aproximado com uma faca e o ameaçado. Porém, em áudio dele próprio, o jovem dizia que ele é quem estaria com a faca usada no crime;
  • O colega de trabalho de Alan Mustafa Baltaci disse que via Begoleã sempre no açougue, em busca de ajuda do amigo. "Era o brasileiro mais estranho que ele já viu. "Nunca conversava, sempre calado, nunca dava risada, dava para ver que tinha algo errado com ele", contou.

Begoleã aguarda decisão sobre sua extradição, em uma prisão de Portugal. Ele foi preso no aeroporto de Lisboa no dia 27 de fevereiro, carregando carne, que disse ser humana, na mala, que chegou a dizer ser prova contra a vítima, e roupas sujas de sangue. O corpo de Alan Lopes, foi encontrado inteiro. Ainda não se sabe a quem pertenceria a carne apreendida. Ele é investigado pela polícia holandesa por homicídio, ainda não foi definido se culposo ou doloso.