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Explosão mata 18 mil vacas, e o pum delas pode estar por trás da tragédia

Heloísa Barrense

Do UOL, em São Paulo

13/04/2023 14h33Atualizada em 13/04/2023 18h43

A presença de metano em uma fazenda nos Estados Unidos pode ter causado uma grande explosão que deixou uma mulher gravemente ferida e 18 mil bovinos mortos no Texas. Segundo a polícia local, a suspeita é a de que a explosão tenha sido desencadeada por um superaquecimento de máquinas, causando assim a ignição do metano — substância presente em puns e arrotos de vacas.

"Acredita-se que uma máquina, que suga o estrume e a água, superaqueceu e o metano inflamou e espalhou com uma explosão", disse o xerife Sal Rivera ao jornal local KCBD. O incêndio ocorreu na noite de segunda-feira (11).

Segundo os bombeiros, a mulher que estava no local no momento do incêndio foi resgatada e encaminhada a um hospital da região.

Estima-se que a fazenda teve um prejuízo de ao menos US$ 36 milhões, cerca de R$ 193,7 milhões na cotação atual. Os animais valiam em torno de US$ 2 mil cada.

Metano é liberado por vacas

O metano é produzido naturalmente em fazendas leiteiras. Segundo o Animal Welfare Institute, uma organização americana pelos direitos dos animais, mais de meio milhão de bichos morreram em incêndios em celeiros no ano passado.

Como nos anos anteriores, a causa da maioria dos incêndios em 2022 não foi determinada de forma conclusiva. Acredita-se que muitos, no entanto, tenham resultado de dispositivos de aquecimento defeituosos ou mal colocados ou, em menor grau, de equipamentos agrícolas com defeito. Animal Welfare Institute.

Desde 2013, o início do levantamento, a organização registrou a morte de 6,5 milhões de vacas pelo fogo.

Na agropecuária, a digestão de bovinos é a principal fonte de emissão de gás CH4, o metano. Isso ocorre como resultado de um processo natural da digestão desses animais, chamado de fermentação entérica, que também ocorre, por exemplo, em caprinos e búfalos.

O metano é liberado tanto por arroto dos ruminantes, cerca de 87% das emissões, e em pum, correspondendo a apenas 13% do total liberado.

Ele é o segundo principal gás de efeito estufa, devido principalmente ao seu potencial de aquecimento global, que é em torno de 28 vezes maior do que o do CO2, dióxido de carbono. No entanto, o CO2 é o principal gás do efeito estufa, pois ele perdura na atmosfera por um período de até mil anos, enquanto o metano tem uma vida útil de uma década.