De homem-cão a alienígena: estas pessoas 'desistiram' de ser humanos
Do UOL, em São Paulo
29/07/2023 04h00Atualizada em 31/07/2023 18h56
É fato que pode ser cansativo levar uma vida normal em que é necessário trabalhar, estudar e ter outras obrigações difíceis do cotidiano. Mais recentemente, a história de um homem japonês que resolveu virar um cachorro por ser apaixonado pelo animal gerou curiosidade e fez muito sucesso no noticiário internacional. Ele gastou o equivalente a R$ 75 mil por uma fantasia realista de um cão da raça collie, que levou 40 dias para ficar pronta.
Mas o caso dele não é tão isolado assim, e nem o modo de vida canino é a única opção. De bebês a cabras, há pessoas que optam por "dar um tempo" no seu estilo de vida tradicional para embarcar em uma outra "identidade".
O UOL listou três casos de pessoas que "desistiram" de ser humanos.
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A gata
Kat Lyons, 33, afirmou que sempre foi apaixonada por felinos e passou a se enxergar como um deles. Desde o ensino médio, ela já usava orelhas animalescas e afirma que o processo de transformação foi gradual.
O marido Robrecht Berg, 54, foi um dos encorajadores da ideia, pois o casamento foi "fortalecido" quando ela se declarou como uma gata - e passou a viver como uma, tornando os hábitos animais parte de sua identidade.
"Durante meu crescimento, eu tive que fingir ser uma pessoa normal e não ser a mulher dos gatos, mas agora eu consigo ser eu mesma, me expressar, escalar coisas se eu quiser, beber de um tigela, usar uma coleira e minhas orelhas", declarou a norte-americana ao tabloide britânico Daily Star.
O bode
Em 2015, o designer gráfico Thomas Thwaites estava farto da vida frenética e resolveu subir os Alpes suíços para viver como bode por alguns dias. O britânico encomendou próteses especiais para as mãos e os pés, inclusive se submetendo a alterações neurológicas, causando dano temporário ao cérebro e bloqueando sua capacidade de fala.
Na época, ele afirmou que fez isso para tirar "férias da humanidade". "Estava tão desanimado e um pouco deprimido pelas complexidades da vida humana e com todos os esforços que fazemos para ganhar dinheiro", disse.
"Então eu me perguntei: não seria fantástico ser animal durante algum tempo? Eu queria era tirar férias da humanidade" — e assim o fez.
O alienígena
O francês Anthony Loffredo, 32, tirou parte do nariz em 2020 para dar continuidade ao projeto chamado The Alien Black Project, tentando ficar parecido com o que imagina ser um alienígena. Na época, ele descreveu que o experimento estava "18% concluído". Desde 2014 ele faz modificações no corpo.
Por esse tipo de cirurgia ser proibida na França, ele teve de ir à Barcelona, na Espanha, realizar o procedimento com Oscar Marquez, um profissional local. "É como um sonho. Eu vivo este sonho", disse. "Agora posso andar de cabeça erguida, graças a você (Oscar Marquez). Estou orgulhoso do que fizemos juntos".
De volta à infância
Além dos casos de pessoas que assumiram identidades de animais ou alienígena, há aquelas que preferem parecer mais novas do que são.
Em 2018, Paigey Miller, 27, resolveu aderir ao estilo de vida um pouco mais infantil ao faturar 230 libras (aproximadamente R$ 1.400 na cotação atual) criando conteúdo online para a ABDL (Comunidade de Adultos e Amantes de Fraldas) diariamente.
Em entrevista ao tabloide britânico Mirror, ela diz que as pessoas de seu convívio não estranharam seu novo modo de vida. "Sempre colecionei brinquedos e tive um senso de humor mais jovem, de modo que todos os meus amigos e familiares foram muito receptivos", disse.
Ela conta ainda que recebe apoio da família. "Estou noiva de alguém com quem estou há cinco anos. Ele não tem esse estilo de vida, mas apoia".
Em Bangkok, na Tailândia, a babá Rose viu um nicho pouco explorado: cuidar de adultos que querem voltar a ser bebês. Em seu site, ela contou que começou a ler histórias disso e acabou indo atrás de como funcionava. "Meu 'chefe' morava com a "mamãe" e meu trabalho era supervisioná-lo".
Ela afirmou ainda que o trabalho também envolve ações que vão além do cuidado básico e entram no campo da educação propriamente dita. "Todo bebê adulto precisa de uma mãe especial, que entenda o que um pequeno único precisa. Cada bebê adulto precisa de tapinhas, regras e estruturas personalizadas".