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Míssil de R$ 300 mil e scanner potente: como é o 'domo de ferro' de Israel

Colaboração para o UOL*

09/10/2023 14h43Atualizada em 09/10/2023 18h29

A guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas entrou no terceiro dia nesta segunda-feira (9), depois que um ataque surpresa lançou foguetes contra o território israelense no início da manhã de sábado. O Hamas fala em 5.000 disparos, enquanto Israel calcula 2.000.

A possibilidade de uma falha de segurança tem sido discutida entre especialistas, já que Israel é tido como uma potência em segurança e inteligência e possui o chamado Domo de Ferro, um sofisticado sistema antimísseis que intercepta foguetes.

O grau de eficácia do domo é, de acordo com Israel, de 92% — confirmando que, em teoria, nem todos os ataques podem ser interceptados.

Desta vez, há indícios de que Israel "ignorou um alerta de que algo grande aconteceria", segundo o Egito, e a dimensão do ataque foi sem precedentes —Israel já chama os eventos de seu "11 de setembro".

Além dos ataques por ar, que envolvem diretamente a atuação do Domo de Ferro, também ocorreram ataques por mar e terra.

Os foguetes lançados pelo grupo extremista serviram de cobertura para uma infiltração de homens armados do Hamas por vários pontos da fronteira com a faixa de Gaza — a maioria dos integrantes do grupo atravessou por brechas nas barreiras de segurança terrestre que separam a faixa de Gaza e Israel.

O sistema já apresentou problemas de funcionamento no passado.

De acordo com o jornal israelense The Times of Israel, em maio de 2021, um problema técnico com uma bateria durante um ataque em direção à cidade de Ashkelon impediu que alguns foguetes fossem interceptados.

Domo de Ferro, escudo antimísseis de Israel, dispara para interceptar foguete disparado em Gaza Imagem: Jack Guez/ AFP

Como funciona o Domo de Ferro

Satélites monitoram Gaza 24 horas por dia. Radares escaneiam a região cinco vezes por segundo. Quando um foguete é lançado, ele é identificado quase imediatamente.

A trajetória do foguete é calculada em um segundo e meio. Após a identificação do disparo, o sistema estima o local da queda quase que instantânea.

A região da queda define se o foguete será interceptado. Se o sistema avaliar que o disparo atingirá uma área desabitada de Israel, o escudo antimísseis não faz nada para interceptar o ataque.

Se for cair em uma região povoada, o Domo de Ferro entra em ação. Neste caso, pelo menos dois mísseis israelenses são disparados para interceptar o foguete. O sistema também calcula para que o objeto não seja abatido sobre uma cidade ou área habitada.

A rapidez do sistema é fundamental. Um foguete disparado de Gaza pode atingir a cidade de Sderot, a cinco milhas de distância, entre 11 e 15 segundos. Já para Tel Aviv, a segunda maior cidade de Israel, esse tempo é de um minuto e meio.

Quanto custa e quem paga?

Sistema é caro e conta com dinheiro dos EUA. Cada míssil interceptador do Domo de Ferro custa US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil), e o dinheiro para financiar o complexo sistema de defesa vem do Congresso norte-americano.

O Domo de Ferro foi desenvolvido por Israel em parceria com os EUA. Segundo o governo israelense, ele é um sistema apenas de defesa, que não serve para ataques. Os bombardeiros israelenses em Gaza costumam ser feitos por caça.

*Com reportagem publicada em 11/05/2023

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