Sem água e comida: como é o 'cerco completo' de Israel na faixa de Gaza
Israel ordenou um cerco "completo" à faixa de Gaza nesta segunda-feira (9), terceiro dia de combates após o lançamento de uma ofensiva militar do grupo extremista Hamas. O território palestino já estava sitiado antes do agravamento desse conflito.
Como funciona?
Sem água, energia, combustível, gás e comida. "Estamos impondo um cerco total à Gaza. Nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás. Tudo bloqueado", disse o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant.
População de região densamente povoada fica prejudicada. Cerca de 2,3 milhões de pessoas no território palestino depende diretamente desses recursos que já são escassos normalmente.
Desde junho de 2007, Israel mantém bloqueio sob a faixa de Gaza, ocupada na sua forma atual desde junho de 2007, segundo a Al Jazeera.
Tanques e drones ajudam na guarda. Várias aberturas foram feitas na cerca que separa o território palestino de Israel, para impedir que mais infiltrados entrem na parte israelense.
Países europeus condenam bloqueio
Na última segunda-feira, começou a circular a informação de que a União Europeia poderia reavaliar o apoio financeiro a projetos nos territórios palestinos, que prevê gastar € 1,2 bilhão entre 2021 e 2024.
O anúncio suscitou reações de diversos países do bloco, como a Espanha, a Irlanda e a França, que se posicionaram contra a iniciativa.
Na terça (10), porta-voz da União Europeia afirmou que nenhum pagamento será interrompido neste momento, mas admitiu a possibilidade de isso acontecer a médio e longo prazo.
Restrições ferem direito internacional
Na terça passada, Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, afirmou que o respeito do direito internacional significa um "não ao bloqueio de água, de alimentos ou de eletricidade" na Faixa de Gaza.
Mais cedo, a ONU (Organização das Nações Unidas) criticou o cerco de Israel ao enclave palestino que coloca "em perigo a vida de civis, privando-os de bens essenciais a sua sobrevivência".
Borrell anunciou que os 27 países membros do bloco são a favor de um corredor humanitário na Faixa de Gaza. O objetivo seria permitir a retirada da população do território através do Egito.
"Israel tem o direito de se defender", indicou. "Mas isso precisa ser feito em conformidade com o direito internacional", acrescentou.
"O Hamas é uma organização terrorista, a Autoridade Palestina é outra coisa, é um parceiro", insistiu. "Todos os palestinos não são terroristas. Uma punição coletiva contra os palestinos seria injusta e contraprodutiva", ressaltou.
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