Ex-embaixador: Veto dos EUA mostra que é preciso repensar governança global

O veto dos Estados Unidos à resolução costurada pelo Brasil e que propunha que uma pausa humanitária fosse estabelecida em Gaza para socorrer milhares de civis mostra que é preciso repensar a governança global, afirmou o ex-embaixador brasileiro em Washington (EUA) Rubens Barborsa. A afirmação foi feita em entrevista ao UOL News desta quarta-feira (18).

É impossível hoje as organizações internacionais, tanto para paz e segurança, como a ONU, como a OMC, e as outras financeiras, como o FMI e o Banco Mundial, continuarem sendo controladas pelos EUA e com influência agora da China, como grande potência. Nós vamos ter de repensar esses sistema de governança global.

O ex-embaixador apontou que o Conselho de Segurança da ONU foi criado em outro momento geopolítico, totalmente diferente do que vivenciamos atualmente, o que justificaria a alteração. Apesar disso, ele afirma ser impossível acabar com o poder de veto de alguns países.

Para você reformular a governança global você precisa tirar o direito de veto das 5 potências, que não vão aceitar, já que isso precisa ser feito com a aprovação deles.

Rubens: O que interessa a Biden é não perder votos da comunidade judaica

O que realmente interessa ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, é não perder votos da comunidade judaica, afirmou o ex-embaixador Rubens Barbosa ao comentar a respeito da atuação daquele país no conflito em Israel.

Cada um dos agentes internacionais que está atuando nesse conflito está olhando não a questão humanitária, mas sua situação politica interna. No caso dos Estados Unidos, o que interessa para o Biden é não perder os votos da comunidade judaica. A eleição é o que prevalece.

O ex-embaixador ainda citou Egito e também Israel como países com o mesmo objetivo. Rubens Paiva também afirmou ser muito difícil que, a essa altura dos acontecimentos, alguma negociação de suspensão do conflito seja aprovada.

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Esse é o maior problema hoje: a questão humanitária. Ao menos que haja um movimento global, e aí precisaria do apoio norte-americano, dificilmente vai haver uma suspensão das hostilidades e a crise humanitária vai continuar a se desenrolar.

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